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quinta-feira, junho 05, 2014

OBRAS DA LITERATURA PORTUGUESA - MEMORIAL DO CONVENTO de JOSÉ SARAMAGO

.
O MEMORIAL DO CONVENTO É A OBRA MAIOR
DO UNICO ESCRITOR PORUGUÊS QUE GANHOU
O PRÉMIO MÁXIMO DA LITERATURA MUNDIAL,
O NOBEL DE LITERATURA

Trata-se de um monumento da Literatura portuguesa


Memorial do Convento é um romance de José Saramago, conhecido internacionalmente, publicado pela primeira vez em Outubro de 1982 . A acção decorre no início do século XVIII, durante o reinado de D. João V e da Inquisição. Este rei absolutista, graças à grande quantidade de ouro e de diamantes vindos do Brasil Colónia, mandou construir o magnânimo Palácio Nacional de Mafra, mais conhecido por convento, em resultado de uma promessa que fez para garantir a sucessão do trono.

Através da íntima relação entre a narração ficcional e a histórica, o romance critica a exploração dos pobres pelos ricos, que origina a guerra entre os indivíduos, e a corrupção pertencente à natureza humana - com especial enfoque na corrupção religiosa. Revela igualmente o tema do solitário que luta contra a autoridade, recorrente nas obras de Saramago.

Ver e não ver são as chaves simbólicas do romance. Baltasar tem a alcunha de Sete-Sóis, porque apenas consegue ver à luz, enquanto que Blimunda é chamada de Sete-Luas, porque consegue ver no escuro, com o recurso ao seu dom - a ecovisão. Assim, esta dupla, cuja alcunha contém o Sete e a relação Sol-Lua, representa simbolicamente o uno.

Na sua totalidade, as políticas do poder do Portugal contemporâneo são satirizadas pelo autor .

Traduzido em mais de 20 línguas, esta obra conta com mais de 50 edições e uma grande crítica capaz de deixar qualquer um impressionado, devido ao seu caracter pessoal e intemporal.


Sinopse

Nesta obra, Saramago retrata a personalidade do rei D. João V e narra também a vida de vários operários anónimos que contribuíram na quixotesca construção do Convento de Mafra. Entre esses operários estava também Baltasar, e o romance foca, entre outras coisas, o seu grande amor por Blimunda, mulher dotada do estranho poder de ver o interior das pessoas. Os dois conhecem um padre, Bartolomeu de Gusmão, que entrou na história como pioneiro da aviação. O trio inicia a construção de um aparelho voador, a Passarola, que sobe em direcção ao Sol, sendo que este atrai as vontades, que estão presas dentro da Passarola. Blimunda, ao ver o interior das pessoas, recolhe as suas vontades, descritas pelo autor como nuvens abertas ou nuvens fechadas.

Após um dos voos da passarola, Bartolomeu foge para Espanha, perseguido pela Inquisição. Blimunda e Baltasar vão tratando de esconder e de fazer a manutenção à passarola, que estava dissimulada por arbustos em Monte Junto. Um dia, Baltasar ficou preso à passarola, enquanto fazia a sua manutenção, e os cabos que a impediam de se elevar nos céus rebentaram, tendo sido levado pelos ares. A aeronave despenhou-se e Baltasar foi capturado pela Inquisição, acusado de bruxaria. No epílogo da acção, Blimunda recolhe a vontade de Baltasar, enquanto este morre, condenado à fogueira.


Personagens

Em Memorial do Convento existem poucas personagens que formam dois grupos opostos: A aristocracia e o alto clero representam o grupo do poder, enquanto o povo e os oprimidos, que representam o grupo do contra-poder. Os primeiros são caracterizados pela falsidade, ridículo, ostentação e indiferença pelo sofrimento humano ou crueldade mal disfarçada de religiosidade. Os segundos são os heróis esquecidos pela História oficial, que ganham relevo e rebeldia através da ficção do romance.

Grupo do poder

D.João V

Rei D. João V - O Magnânimo.

O rei vigente de Portugal, que vive apenas de formalidades encenadas, sem qualquer espontaneidade ou emoção. Representa o absolutismo e a consequente repressão no povo miserável. Assim, a faceta de Déspota Esclarecido é revelada quando este, ao desejar ser lembrado por uma obra magnificente tal como o Rei-Sol, manda construir um enorme palácio e um convento de Mafra para franciscanos, com o pretexto de cumprir a promessa que fez ao clero -influência que justifica e "santifica" o seu poder - para garantir a sucessão ao trono. E também por isso, tem o desejo de progresso e inovação, pelo que protege projectos como, inicialmente, o da passarola. Pela mesma razão contrata Domenico Scarlatti como professor de música da infanta Maria Bárbara, de modo a mostrar o seu apreço pelas artes.

A sua obsessão pela magnanimidade é tal, que até tem como passatempo a construção da réplica da Basílica de São Pedro de Roma.

As suas atitudes revelam então que é vaidoso, egocêntrico, megalómano e que governa consoante os seus desejos e sonhos, em que os meios justificam o fim, desprezando assim a miséria dos pobres e sacrificando o povo e a riqueza do país em nome da concretização do seu sonho maior. No entanto, revelou alguns actos de perdulária ostentação, quando lançou moedas de ouro ao povo durante os cortejos reais.

Compactua com a Inquisição, mas tem várias relações adúlteras em que a sua amante preferida é a Madre Paula do Convento de Odivelas, entregando-se aos prazeres pecaminosos e imorais da carne, e orgulhando-se dos seus abundantes bastardos.

No romance, o rei tem uma imagem caricatural, ridicularizado tanto ao protagonizar cerimónias de solenidade, como nas situações que revelam as suas fragilidades que desmascaram facetas pouco dignificantes.

D. Maria Ana Josefa[editar código-fonte]

Rainha D. Maria Ana.

A rainha, de origem austríaca, é tratada como um mero instrumento de produção de sangue azul do rei, cuja alegria e glória do reino é dependente do seu ventre. O casal protocolar junta-se unicamente duas vezes por semana para cumprir o dever real. O rei sobe simplesmente para a cama da rainha e do mesmo modo deixa-a, não falam nem dormem juntos. A rainha dorme sempre com um cobertor de penas oriundo de Áustria, com saudades de casa, mas este já está com tão fedor e com pulgas que o rei apenas dormia com a rainha inicialmente. O mesmo cobertor, surge também como símbolo do afastamento entre os dois.

Liberta-se da sua condição através do sonho, onde assume a sua sensualidade com o seu cunhado, infante D. Francisco, mas sente-se atormentada e culpada, pois tem a consciência que está em pecado, pelo que não o revela em confissão e entra numa busca constante de redenção através da oração. Ocupa-se obsessivamente com missas e longas novenas, tal como uma devota parideira que veio ao mundo só para isso, e julga que está grávida de Deus. Tem sonhos com o cunhado, infante D.Francisco mas não deixa que passem disso, quando este fez-lhe uma declaração de amor durante a ausência do rei por motivos de doença. Consciente da infidelidade do seu marido, assume perante a vida uma atitude de passividade e de infelicidade.

Esta personagem representa o papel da mulher da época: submissa, simples procriadora e objecto da vontade masculina. E por pertencer à casa real e por estar grávida, nem da festa da pós-Quaresma pode desfrutar, enquanto as outras mulheres comuns aproveitam o único dia de independência que têm com os seus amantes.

Grupo contra-poder

Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão

O padre, cuja alcunha é Voador, é marcado pelo espírito científico, evidenciado por ignorar os fanatismos religiosos da época; pelo comportamento anti-canónico, questionando os dogmas eclesiásticos; e pela modernidade, que o levou a ter o sonho de criar uma máquina voadora. A concretização deste sonho tornou-se uma obsessão, cujas investigações científicas levou-o a viajar primeiro para a Holanda, em busca do segredo, que veria a ser o éter, que faria a passarola voar, e depois para Coimbra, onde doutorou-se. Deste crescente saber adquirido e das suas inabaláveis certezas científicas emerge um orgulho, uma grande ambição de elevar-se um dia no ar, onde até agora só subiram Cristo, a Virgem e alguns santos eleitos. Esta obsessão também é responsável pela formação de uma Santíssima Trindade terrena com Baltasar e Blimunda, igualmente transgressores das regras da Igreja, de modo a usufruir na construção da passarola, juntamente com os seus conhecimentos científicos, a capacidade física e o saber prático do primeiro e a magia herética da segunda. O seu estatuto de transgressor da sociedade vigente e da Igreja é enfatizado quando realiza o casamento e o batismo de Sete-Luas com Sete-Sóis.

A amizade entre estes três é o símbolo da solidariedade e da beleza, em dicotomia com o egoísmo e o poder.

Inicialmente o padre estava sob a protecção real, mas assim que esta terminou, foi imediatamente perseguido pela Inquisição sob a acusação de bruxaria, obrigando-o a abandonar o projecto a Baltasar e a fugir a segredo de todos para Espanha, onde acaba por morrer em Toledo.

Domenico Scarlatti

Primeiramente professor do infante D.António, irmão de D. João V, passando depois a ser professor da infanta D. Maria Bárbara. Exerceu assim as funções de mestre-de-capela e professor da Casa Real de 1720 a 1729, durante a qual escreveu diversas peças musicais. Com tais dados registados na História oficial, esta personagem referencia ainda mais uma credibilidade ao enquadramento histórico da narrativa.

Embora contratado pelo rei, é também um representante de contra-poder devido à sua liberdade de espírito e pelo o seu poder libertador e subversivo da sua música. Como tal, a convite do padre Bartolomeu, é um participante do projecto da passarola, embora indirectamente, como um cúmplice silencioso3 . Deste modo o narrador une a ciência e a arte, e demonstra como ambas são reveladoras de um espírito de inovação, de tolerância e de abertura ao progresso e à modernidade.

Assim, Scarlatti instala secretamente o seu cravo para a Quinta do Duque de Aveiro, onde toca a sua música e inspira os construtores da passarola. Mais tarde, quando Blimunda ficou com uma estranha doença causado pela exaustão da recolha das vontades, o músico tocava frequentemente para Blimunda até provocar a sua cura completa4 .

Deste modo é revelado que a música, aliada ao sonho, permite a cura e ajuda a conclusão e o voo da passarola, simbolizando o ultrapassar, por parte do homem, de uma materialidade excessiva e o atingir da plenitude da vida.

A amizade deste com o padre Bartolomeu, originada pela compreensão e pela partilha das mesmas ideias e sonhos, representa a articulação entre a cultura e o humano, entre o saber e o sonho, entre o conhecimento e o desejo5 .

Por fim, Scarlatti é o mensageiro da morte do padre Bartolomeu a Blimunda e Baltasar.

Baltasar

Estudo académico de Joaquín Sorolla
Baltasar Mateus , com alcunha hereditária de Sete-Sóis, é abandonado pelo exército durante a Guerra da Sucessão Espanhola por ter ficado inválido devido à perda da sua mão esquerda, representando a crítica da desumanidade na guerra. Deixado na miséria, consegue chegar a Lisboa, onde conhece nesse mesmo dia Blimunda e o padre Bartolomeu, num auto-de-fé no Rossio. Contava 26 anos. Imediatamente encantado pelos olhos de Blimunda no primeiro olhar, partilha desde esse momento até morrer a vida e os sonhos com ela. O padre Bartolomeu fá-lo participante do sonho de voar, projecto que será prosseguido na sua responsabilidade após o desaparecimento deste.

Torna-se açougueiro em Lisboa, uma vez que o gancho que usa para substituir a mão lhe facilita o trabalho, e posteriormente integra-se como boieiro nas legiões de operários nas obras do convento de Mafra. Porém, a sua principal ocupação é a construção da passarola.

Esta personagem revela-se gradualmente o herói do romance. Pois, em primeiro, por ser o representante do povo oprimido, o seu percurso torna-se o foco do narrador, abatendo do primeiro plano as personagens do grupo de poder. Em segundo, a sua relação com Blimunda, cujos poderes são considerados heréticos, entra em conflito com os valores da sociedade vigente, por não serem casados oficialmente. Em terceiro, pela amizade e partilha de ideias e sonhos com o padre Bartolomeu, que o divinizou ao compará-lo com Deus, por achar que este também é maneta da mão esquerda6 . Em quarto, pela a influência dessa amizade, Baltasar adquire o conhecimento de outras verdades, acerca do questionamento de dogmas religiosos e, principalmente, sobre a consciência do papel do homem no mundo, esta que será obtida quando Baltasar reconhecer e assumir o seu próprio valor7 . E por último, porque Baltasar paga com a sua própria vida a perseguição do sonho, o que, por consequente, o faz transcender a imagem do povo oprimido e espezinhado de que faz parte e que representa. Assim, não é um herói nem um anti-herói, é simplesmente um homem: um homem simples, elementar, fiel, terno e maneta, que reage perante a vida com a resignação típica dos humildes tanto de coração como de condição. Aceita apenas o que a vida lhe oferece, sem medo do trabalho ou da morte.

Blimunda

Blimunda de Jesus é uma jovem mulher do povo de dezanove anos que tem a capacidade de ver por dentro as pessoas e os objectos, durante o jejum, e de recolher as vontades, este acto não mata as pessoas mas é mais fácil ser executado nas que estão a morrer, dom este que é revelado apenas quando o padre de Bartolomeu descobre que o combustível da passarola é o éter e que este está dentro das vontades das pessoas, fazendo esta personagem também parte desse projecto.

Torna-se companheira de Baltasar em consequência da sua mãe, Sebastiana de Jesus, que ao vê-la pergunta-lhe telepaticamente quem é o homem que está ao seu lado. Blimunda vira-se simplesmente para Baltasar e pergunta-lhe qual é o seu nome?. Baltasar responde-lhe, Blimunda diz-lhe o seu e imediatamente inicia-se o puro amor entre os dois, transgredindo a moral tradicional e entrando para um domínio do maravilhoso, e em sua casa os dois entregam-se um ao outro8 , em corpo e em alma, com o baptismo através do sangue virgem de Blimunda. Foram abençoados tanto pela mãe de Blimunda, como pelo padre Bartolomeu, ao casá-los à sua maneira e ao baptizar Blimunda com o nome Sete-Luas. Este amor é o símbolo da aceitação e da renúncia, uma vez que Blimunda promete nunca olhar Baltasar por dentro, evitando saber da existência de alguma doença mortal9 , porque amar alguém é aceitá-lo sem reservas.

Esta relação amorosa dá-lhe o carácter de uma mulher adiantada em relação ao seu tempo, pois afirma-se dentro -e fora- da relação, tem nela uma igualdade de direitos, tal como Baltasar, e juntos têm uma cumplicidade tão perfeita que não é deste mundo na qual partilham os seus sonhos, os seus medos e a sua vida. No percurso final de Blimunda, quando procura Baltasar durante nove anos, revela ainda uma faceta corajosa e persistência, disposta a tudo e até ao fim para encontrar o seu amor perdido.


Descanso na colheita de William-Adolphe Bouguereau
A união do dois assenta numa relação de amparo, uma vez que ele tranquiliza-a na sua maldição de ver por dentro, enquanto ela ajuda-o na carência da sua mão10 , completando-se um ao outro, formando uma união perfeita. E são felizes na sua "religião do silêncio"11 , em que o olhar tem mais valor que as palavras, em que olharem-se era a casa de ambos.

Em contraste com o casal de conveniência do rei e da rainha, Blimunda e Baltasar, embora sejam um casal ilegítimo por não se terem casado oficialmente, vivem um amor puro e verdadeiro, e por isso vivem mais de Deus, do que o casal real que tanto relevo dá à religiosidade. Deste modo, se houvesse diferença entre esse amor ancestral e a santa missa, a missa perderia12 .

Simbolicamente, o nome Blimunda é o reverso do de Baltasar, tal como é a Lua o reverso do Sol, que, juntamente com o número sete, completam-se até serem um só. O seu nome tem origem na Música, cujo som desgarrador de violoncelo habita no nome Blimunda e cuja vibração está na sua própria alma13 .

Blimunda tem uma grande firmeza interior, e aceita a vida e oferece-se em silêncio sem orgulho nem submissão, com a naturalidade de quem sabe onde está e para o quê14 . Para além do dom de ver por dentro e de recolher vontades, tem um poder excepcional de intuição e de compreensão da complexidade do mundo15 . Afirma o narrador que Blimunda aprendeu as coisas sobre a vida e a morte, sobre o pecado e o amor na barriga da mãe, onde esteve de olhos abertos16 .

Representa também o transcendente e a inquietação constante do ser humano em relação à morte, ao amor, ao pecado e à existência de Deus.

Foi a única sobrevivente da Santíssima Trindade terrena, sendo à partida a mais provável vítima da Inquisição devido aos seus dons. Será um significado de uma vitória da mulher? Vitória do amor? Ou vitória daquela que sabia ver?

Outras personagens

João Francisco e Marta Maria: pais de Baltasar;
Álvaro Diogo e Inês Antónia: irmã de Baltasar e cunhados de Blimunda; Álvaro Diogo morre ao cair de uma janela durante a construção do convento;
Gabriel: sobrinho de Baltasar Mateus e filho de Inês Antónia e Álvaro Diogo;
João Elvas: antigo soldado, vadio e amigo de Baltasar;
D. Nuno da Cunha: bispo inquisidor;
Frei António de São José: é o franciscano que alega ter tido a premonição na qual diz que o rei terá a tão desejada sucessão se este construir um convento franciscano. Perante esta condição, D. João V promete construir um convento em Mafra se tiver um filho varão dentro de um ano a partir desse mesmo dia. É revelado no romance pelo narrador que esta premonição é falseada pelo clero, pois este já sabia da gravidez da rainha através do confessionário, com a revelação de mais "milagres" produzidos pela ordem franciscana ou que são apenas coincidências.
Frei Boaventura de São Gião: o padre censor do paço;
Infante D.Francisco: irmão d'el-rei que cobiça o seu trono e que tentou manipular em vão a rainha; o seu passatempo é fazer pontaria com a pistola aos marinheiros;
Infante D. Maria Bárbara: é a princesa herdeira cujo convento de Mafra foi construído em sua honra, embora nunca o tivesse visto; Casa aos dezassete anos com D.Fernando de Espanha e torna-se rainha de Espanha;
Clero: revestidos pelas críticas do narrador, são enfatizados a sua hipocrisia e a sua violência de todos os seus representantes, com foco na Inquisição. Retratados por quebrarem constantemente a castidade e por desprezarem os pobres, é revelada a sua religiosidade vazia, cujos rituais originam a corrupção e a degradação moral no povo, ao invés de elevar os seus espíritos.
Povo: um dos protagonistas do romance como massa colectiva anónima que foi sacrificada na construção do convento, embora também seja representado por Baltasar e Blimunda. É caracterizado como ignorante, miserável, violento e escravos dos poderosos. As personagens que foram individualizadas dessa massa anónima e que representam a força e o companheirismo perante a desgraça da escravidão e da solidão na construção do convento, traduzem a essência de ser português.

Tempo histórico

O romance tem como plano de fundo o início do século XVIII. Uma época marcada pelos contrastes: as práticas retrógradas e medievais, do povo e da corte, em oposição ao esforço de modernização, com D. João V como representante.

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