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Candido Portinari
Candido Torquato Portinari (Brodowski, 29 de dezembro de 1903 — Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1962) foi um pintor brasileiro. Portinari pintou quase cinco mil obras, de pequenos esboços a gigantescos murais. Foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional.
Biografia
A descoberta da terra, 1941. Pintura mural de Portinari no edifício da Biblioteca do Congresso, Washington, DC.Nasceu numa fazenda de café, Santa Rosa, no interior de São Paulo, filho dos imigrantes italianos Giovan Battista Portinari e Domenica Torquato, que tiveram doze filhos, sendo ele o segundo. De família humilde, cursou apenas o primário, porém desde criança manifestou sua vocação artística. Aos seis anos de idade, Portinari começa a desenhar e aos nove participou durante vários meses dos trabalhos de restauração da igreja de Brodowski, ajudando os pintores italianos. Aos nove anos, desenhou o retrato de Carlos Gomes, como via numa caixa de cigarros.
Em 1918 Portinari, também chamado carinhosamente de "Candinho" pela família, viajou para São Paulo, para ingressar no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes, na qual estudou desenho e pintura, tendo como professores Rodolfo Amoedo, Batista da Costa, Lucílio de Albuquerque e Carlos Chambelland. Em 1922, Portinari executou um retrato para o Salão de Belas Artes, e ganhou medalha de bronze pelo seu trabalho.
Trajetória
Em 1928 conquistou o "Prêmio de Viagem ao Estrangeiro", da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Em 1929 Portinari partiu para a Europa, viajou pela Itália, Inglaterra, Espanha e se fixou em Paris, onde permaneceu até 1930. Ia diariamente aos museus e lá descobriu a pintura moderna. Discutia sobre arte nos cafés e não tinha quase nenhum tempo para pintar. Foi em Paris que Portinari conheceu Maria Martinelli, com quem mais tarde se casou.
Regressando ao Rio de Janeiro, passou a trabalhar num ritmo intenso, além de participar da comissão destinada a promover a reforma do Salão Nacional de Belas-Artes, no qual os artistas modernos seriam admitidos pela primeira vez.
Em 1932, Candido Portinari expôs individualmente. Três anos depois, seu quadro Café recebeu a segunda menção honrosa da Exposição Internacional do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos. Em 1936 pintou o seu primeiro mural, para o Monumento Rodoviário na Estrada Rio-São Paulo. Nessa época, foi nomeado professor de pintura do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal. Em novembro de 1939 expôs 269 trabalhos no Museu Nacional de Belas-Artes. Antes havia executado três grandes painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque. No mesmo ano nasceu seu único filho, João Cândido.
Família
Seu filho João Candido Portinari hoje cuida dos diretos autorais das obras de Portinari.
Em 1960 nasceu sua neta Denise, que passou a ocupar boa parte de seu tempo. Pintou muitos quadros com o retrato dela. Quando não estava com Denise, Portinari passava horas fitando o mar, sozinho. No ano seguinte escreveu um ensaio de oração para a neta.
A morte
Em janeiro de 1962 sofreu nova intoxicação por chumbo, que já o atacara em 1954. Adoecido, não mais se recuperou. Nessa época, preparava uma grande exposição, com aproximadamente duzentas obras, a convite da prefeitura de Milão. Em 6 de fevereiro Portinari morreu, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava, mas cumprindo a promessa de homenagear a sua terra e o seu povo, através da sua arte.
"Daqui fiquei vendo melhor a minha terra. Fiquei vendo Brodowski como ela é".
Obras
As telas Meninos e piões e Favela são parte do acervo permanente da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano.
Outras pinturas conhecidas de Portinari são: Meio ambiente, Colhedores de café, Mestiço, O lavrador de café, O sapateiro de Brodósqui, Menino com pião, Lavadeiras, Grupos de meninas brincando, Menino com carneiro, Cena rural, A primeira missa no Brasil, São Francisco de Assis, Tiradentes, Os retirantes,Futebol,O sofrimento de Laio, Retirantes e Criança Morta.
Homenagens, títulos e prêmios
1940 - Chicago (EUA) - A Universidade de Chicago publica o primeiro livro sobre o pintor, Portinari: His Life and Art, com introdução do artista Rockwell Kent
1946 - Paris (França) - Legião de Honra, concedida pelo governo francês
1950 - Varsóvia (Polônia) - Medalha de Ouro, pelo painel Tiradentes (1949), concedida pelo júri do Prêmio Internacional da Paz
1955 - Nova Iorque (EUA) - Medalha de Ouro, como melhor pintor do ano, concedida pelo International Fine Arts Council
1956 - Nova Iorque (EUA) - Prêmio Guggenheim de Pintura, por ocasião da inauguração dos seus painéis na sede da ONU
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