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Batalha do Passo do Rosário
Guerra da Cisplatina
Data 20 de fevereiro de 1827
Local Margens do rio Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil
Resultado Vitória tática do exército republicano. Sem resultados estratégicos para o conflito.
Combatentes
Império do Brasil Províncias Unidas do Rio da Prata
Comandantes
Marquês de Barbacena General Carlos Maria de Alvear
Forças
6.000 a 10.500 homens 6.200 a 9.000 homens
Baixas
800 a 1.300(200 mortos) 400 a 560 (141 mortos)
A Batalha do Passo do Rosário ou Batalha de Ituzaingó foi a maior batalha campal ocorrida em solo brasileiro.
Contexto histórico
A revolta de Juan Lavalleja, com o apoio das Províncias Unidas do Rio da Prata, contra o domínio do Império do Brasil sobre a Província Cisplatina, levou à declaração de guerra de D. Pedro I (1822-1831) aquele país, em Janeiro de 1826.
De início o imperador deu pouca atenção a esta revolta, dado que se encontrava face a outras questões, que se registravam em Províncias consideradas mais importantes ou estratégicas, como a do Maranhão, a do Pará, a de Pernambuco, a da Bahia e na própria capital, a cidade do Rio de Janeiro). Contava, assim, com poucos recursos para debelar o levante na mais meridional das provínciais do Império.
O pré-guerra
Contudo, quando a revolta rapidamente ganhou apoio da população uruguaia, deixando apenas as pequenas guarnições de Montevideu e da cidade de Colônia para enfrentá-la, D. Pedro teve que recrutar o mais rápido possível uma força de combate e enviá-la para o sul. O próprio imperador pensou em comandar as forças que enviara à Província Cisplatina (nome do então Uruguai). Por motivo do falecimento de sua esposa, Dona Leopoldina, teve que regressar às pressas para o Rio de Janeiro, deixando no comando do Exército Imperial Felisberto Caldeira Brant, marquês de Barbacena.
As Províncias Unidas do Rio da Prata também possuíam seus problemas. Estavam quase sempre em desacordo sobre políticas internas, e não poucas vezes promoviam lutas armadas entre si. A única coisa que as fazia ficarem unidas era seu ódio comum ao Império do Brasil e seu expansionismo, que consideravam uma ameaça.
Vendo a oportunidade de aplicarem um golpe no Império, apoiam o levante dos uruguaios contra a dominação brasileira. Este apoio era primeiramente político e logístico e, posteriormente, militar.
A convocação de tropas para lutar ao lado da forças de Juan Lavalleja é rápida; porém a luta pelo comando das forças opõe as províncias entre si e, depois, estas contra o próprio Lavalleja (que não escondia sua intenção de comandar as tropas combinadas). Por fim, o comando é dado a Carlos Maria de Alvear.
A batalha
A batalha foi resultado do avanço do exército sob comando de Carlos Maria de Alvear, do exército republicano, no final de janeiro de 1827 sobre as pequenas vilas e cidades da fronteira situadas do lado brasileiro. o Visconde de Barbacena começa a perseguição do inimigo, vindo a achá-lo disposto a batalha no dia 19 de fevereiro.
Segundo alguns historiadores, Alvear escondeu seus movimentos de forma a fazer Barbacena acreditar que perseguia a retaguarda de um exército em retirada, quando na verdade todo efetivo de seu exército estava por perto.
Esta teoria se prende ao fato de que o Exército Imperial havia chegado ao local da batalha na noite do dia anterior ao seu desfecho. Apesar das objeções de alguns oficais sobre o cansaço das tropas, Barbacena estava convicto em iniciar o combate no dia 20. Por outro lado, o terreno escolhido por Alvear para dar combate era propício para a movimentação de unidades de cavalaria (as quais o Exército Republicano possuía em vantagem numérica de 3 para 1).
O Exército Imperial começa o combate na manhã do dia 20, avançando sua infantaria com apoio de cavalaria sobre o I corpo de tropas republicanas sob comando de Juan Lavalleja.
A firme resistência uruguaia começa a ceder em alguns pontos e as tropas brasileiras dirigem-se sobre as três ou quatro peças de artilharia que se encontravam no centro do esquema inimigo. Neste momento surge no campo de batalha a cavalaria republicana. Rapidamente a esquerda brasileira, formada por infantaria de voluntários com pouco adestramento militar, recua e corre para salvar-se. Em vão o Marechal José de Abreu tenta conter seus homens e acaba perecendo no combate.
A ala direita do Exército Imperial também recua, repassando as margens do córrego (braço do rio Santa Maria) para o lado brasileiro.
Somente o centro das forças brasileiras (mercenários alemães) mantêm posição. Resiste a diversas investidas da cavalaria inimiga. Por fim, as forças republicanas não conseguem quebrar a formação do centro do exército inimigo, mas já lhe atingem a retaguarda desguarnecida pelo recuo das alas. Barbacena ordena o recuo destas tropas. Elas saem do campo de batalha em formação, mas o mesmo não ocorreu à esquerda e à direita do exército.
Alvear conquista o campo de batalha, mas não possui tropas descansadas para perseguir o adversário. Manda tocar fogo na mata que cerca o local da luta. Assim, o Exército Imperial pôde se reagrupar dias depois na retaguarda. Os cativos feitos por argentinos e uruguaios vieram sobretudo das unidades que formavam as alas das forças sob Barbacena.
Entre as munições abandonados pelo Exército Imperial encontrava-se um cofre com uma partitura entregada pelo Imperador ao Marques de Barbacena para ser interpretada após a primeira vitória aliada republicana; em comemoração da batalha, o exército aliado republicano apoderou-se dela e batizou-a como marcha de Ituzaingo, atualmente interpreta-se quando a bandeira da Argentina traslada-se en atos oficiais, é um dos três atributos que ostenta o presidente da República Argentina, bastão de mando, banda presidencial e marcha de Ituzaingo.
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