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segunda-feira, outubro 04, 2010

HISTÓRIA DE PORTUGAL - REVOLUÇÃO REPUBLICANA DE 5 DE OUTUBRO DE 1919 - HÁ 100 ANOS -

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NOTICIAS DO JORNAIS
DA ÉPOCA, EM 5 DE
OUTUBRO DE 1910




"Lisboa amanheceu hoje ao som do troar da artilharia. Proclamada por importantes forças do exército, por toda a armada e auxiliada pelo concurso popular, a República tem hoje o seu primeiro dia de História. A marcha dos acontecimentos, até à hora em que escrevemos, permite alimentar toda a esperança de um definido triunfo [...] não se faz ideia do entusiasmo que corre na cidade. O povo está verdadeiramente louco de satisfação. Pode dizer-se que toda a população de Lisboa está na rua vitoriando a república." (Jornal O MUNDO de 5 de Outubro de 1910)

"Hoje, 5 de Outubro de 1910, às 11 horas da manhã, foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, depois de ter terminado o movimento da revolução nacional. Constituiu-se imediatamente o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga" (Diário do Governo, 6 de Outubro de 1910)

Na noite de 4 para 5 de Outubro de 1910 eclodiu em Lisboa um movimento revolucionário, que culminaria com a proclamação da República em Portugal. O rei D. Manuel II, que nessa noite oferecera um banquete em honra do Presidente da República do Brasil (Dr. Afonso Pena), no Palácio das Necessidades (hoje Ministério dos Negócios Estrangeiros). Foi aí que o monarca português foi surpreendido pelo inesperado acontecimento.

A revolução estalava por todos os lados, tanto nos regimentos como na rua. Muitos civis armados batiam-se corajosamente. Do lado do Governo, tudo era indecisões, não tomando medidas concretas. Apenas o capitão Paiva Couceiro, com os seus soldados, aparecia a dar combate aos revoltosos. O tiroteio continuava, cada vez mais vivo. O Governo, desorientado, pediu pelo telefone a D. Manuel 2º que retirasse para Mafra, onde se lhe juntou, no dia seguinte, a rainha-mãe, D. Amélia de Orleans e Bragança, que estava no Palácio da Pena, em Sintra. Às duas horas da tarde, chegou a Mafra a notícia da proclamação da República em Lisboa e a constituição do governo provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga. A revolução republicana triunfara. A Família Real dirigiu-se para a Ericeira e embarcou para Gibraltar onde um barco de guerra inglês os transportou até ao exílio, em Inglaterra.

A revolução correu todo o País e, dentro em pouco, sem grandes resistências, a República era proclamada em todas as capitais de distrito.

No princípio do século XX Portugal tem cinco milhões de habitantes.
É um país essencialmente rural, pobre e atrasado.
Quarenta mil portugueses emigram por ano. A taxa de analfabetismo ronda os 70%.

A 5 de Outubro de 1910 Portugal torna-se numa das primeiras repúblicas da Europa.
O novo regime mobiliza o país e apaixona a opinião pública. Escolas e educação, prioridade. A legislação consagra os novos direitos de liberdade e cidadania.

Os comportamentos do Partido Republicano no poder, as reacções monárquicas, as crises económicas e financeiras constantes, a hostilidade com a Igreja, as consequências da participação de Portugal na I Guerra Mundial (1914 -1918) e o agravamento das tensões dentro da sociedade portuguesa estão na origem da Ditadura de Sidónio Pais.
A agudização das tensões entre a sociedade urbana, em vias de industrialização e o mundo rural tradicional e arcaico traduzam-se numa permanente instabilidade política durante os 16 anos da 1ª República, de que são exemplo as quase meia centena de governos. A Ditadura militar chegaria em 1926 e, com ela, a figura de António de Oliveira Salazar e as décadas de regime do «Estado Novo»




VIVA A REPUBLICA!

Heróis do mar, nobre Povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

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