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TOMADA DE LISBOA AOS MOUROS
A 25 de Outubro de 1147, D. Afonso Henriques conquista a cidade de Lisboa aos Mouros, auxiliado por Ingleses, Normandos, Flamengos, Alemães e pelos Almocadéns mouros que ocupavam o burgo.
Esta conquista começou a ser preparada logo após a tomada de Santarém a 15 de Março do mesmo ano.
Foram muitas as investidas do exército português e seus aliados, mas só depois de um prisioneiro mouro ter denunciado que no interior das muralhas da cidade, já não existiam viveres, nem água, nem munições e que os mouros estavam extenuados, é que numa nova e redobrada investida das tropas de Afonso Henriques, agora encorajadas pelas informações recebidas, a cidade caiu nas mãos dos seus conquistadores.
Os Mouros, já exaustos, sem forças para acudir aos três pontos atacados, pedem armistício, capitulam.
Foi assim que há 860 anos, D. Afonso Henriques entrou triunfal na cidade, à frente de um luzido cortejo de barões, cavaleiros e homens de armas.
À Tomada de Lisboa, seguiu-se naturalmente a queda da rede de castelos que Lisboa dominava. Almada e Palmela foram abandonados pelos mouros. O de Sintra rendeu-se a um grupo de cavaleiros portugueses. Nos fins desse ano (1147) a fronteira ficava enfim na linha do Tejo.
Abstenho-me de narrar a história destes ataques e de suas peripécias, até porque estão ao dispor de toda a gente, e são sobejamente conhecidos.
No entanto, não posso deixar de realçar um episódio que marcou esta conquista para sempre e está ligado à memória da cidade através de uma praça com o nome do seu protagonista. Refiro-me claro está, a Martim Moniz, um exemplo de coragem e lealdade.
MARTIM MONIZ
A lenda conta que D. Afonso Henriques tinha posto cerco à cidade, ajudado pelos muitos cruzados que por aqui passaram a caminho da Terra Santa. O cerco durou ainda algum tempo, durante o qual se travavam pequenas investidas por parte dos cristãos. Numa dessas tentativas de assalto a uma das portas da cidade, Martim Moniz enfrentou os mouros que saíam para repelir os cristãos e conseguiu manter a porta aberta mesmo a custo da sua própria vida. O seu corpo ficou atravessado entre os dois batentes e permitiu que os cristãos liderados por D. Afonso Henriques entrassem na cidade. Ferido gravemente, Martim Moniz entrou com os seus companheiros e fez ainda algumas vítimas entre os seus inimigos, antes de cair morto. D. Afonso Henriques quis honrar a sua valentia e o sacrifício da sua vida ordenando que aquela entrada passasse a ter o nome de Martim Moniz. O povo diz que foi D. Afonso Henriques que mandou colocar o busto do herói num nicho de pedra, onde ainda hoje se encontra, junto à Praça de Martim Moniz. Alguns dos Cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa. Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região fazendo milhares de vitimas entre a população. Lisboa tornou-se, entretanto, capital de Portugal a 1255.
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