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Aleijadinho
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Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, (Vila Rica, 29 de agosto de 1730 — Vila Rica, 18 de novembro de 1814) foi um escultor, entalhador, desenhista e arquiteto brasileiro.
É considerado o maior expoente do estilo barroco nas Minas Gerais (barroco mineiro) e das artes plásticas no Brasil, não só à época, mas durante o período colonial.
Embora não haja registros oficiais que confirmem esta circunstância de forma cabal, acredita-se que tenha nascido em Vila Rica, então capital da Capitania das Minas Gerais (hoje Ouro Preto), filho do mestre-de-obras português, que imigrara para as Minas, Manuel Francisco Lisboa, e de uma sua escrava africana, Isabel.
Por volta de 1777, quando estava empenhado na execução de seu projeto arquitetônico e na fatura das obras de arte da igreja de São Francisco de Assis, em Vila Rica, começou a desenvolver uma doença degenerativa dos membros (não se sabe ao certo se porfiria, lepra, escorbuto, reumatismo ou sífilis), que lhe comprometeu gradativamente os movimentos das mãos, chegando mesmo, segundo o relato colhido por Bretas, a perder dedos dos pés e das mãos. Para poder trabalhar, um ajudante amarrava-lhe as ferramentas aos membros. Dessa anomalia em seu corpo causada pela doença veio seu apelido, Aleijadinho.
Além da arquitetura revolucionária para a época, esta igreja contém várias de suas obras-primas: o frontispício e o medalhão da fachada, os maravilhosos púlpitos, também totalmente esculpidos em pedra-sabão, assim como o monumental lavabo da sacristia, o retábulo (altar principal) e o barrete da capela-mor, em talha dourada, no estilo rococó.
A partir de 1796, Antonio Francisco Lisboa dedica-se a produzir mais obras-primas: as esculturas, em madeira policromada, dos personagens das sete cenas da Paixão de Cristo e o 12 profetas do adro, em pedra-sabão, no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais. Nesta igreja, como na de São Francisco de Assis de Ouro Preto, trabalhou com o outro grande artista colonial brasileiro, o pintor mulato, nascido em Mariana, Manuel da Costa Ataíde.
Já bem velho, Aleijadinho piora de saúde, e de 1812, quando ficou cego, a 1814, quem cuida dele é a sua nora Joana, que considerava-o o pai que não teve. Aleijadinho veio a falecer em 18 de Novembro de 1814, aos oitenta e quatro anos, dois meses e vinte um dias. Seu corpo foi enterrado aos pés do altar da Nossa Senhora da Boa Morte, na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto, construída por seu pai.
Apesar de ter granjeado fama e prestígio em vida, sendo considerado o primeiro artesão colonial "a ascender à dignidade de artista", segundo Germain Bazin, Aleijadinho morreu pobre e abandonado. Mas sua obra permanece como um registro genial da grande festa do ouro, cultura e arte, nas Minas da época colonial.
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