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terça-feira, abril 14, 2009

SONETO DE LUIS DE CAMÕES

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Alma minha gentil, que te partiste


Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.


Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.


E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,


Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.


Este soneto fabuloso foi criado pelo poeta português LUIS DE CAMÔES, dedicado à sua amada DINAMENE que acabava de perder, afogada num naufrágio no Indico.

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