contador de visitas

free web counter

domingo, fevereiro 07, 2010

cantares em português - AS CAMPONESAS DE CASTRO VERDE

.
O NOSSO BLOGUE CONTINUA A DIVULGAR
A CULTURA DOS DOIS LADOS DO ATLÂN-
TICO DE EXPRESSÃO PORTUGUESA

Hoje vamos falar de um grupo de cante alentejano que muita importância teve e tem para a tradição musical do Alentejo.
Foi o primeiro grupo feminino a ser criado, numa área - o cante - onde só os homens tinham lugar.

AS CAMPONESAS DE CASTRO VERDE, DESFILANDO A CANTAR, NA SUA LINDA VILA.

Fundado em Março de 1984 através da "Castra Castrorum" - Associação de Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Castro Verde e hoje integrado na Cooperativa "CORTIÇOL", o grupo respondeu a um desafio que lhe foi proposto por um conterrâneo de Castro Verde, o José Francisco Colaço Guerreiro, grande impulsionador, não só deste grupo ,mas também por toda a cultura tradicional da sua terra em particular e do Alentejo em geral.



Foi da sua carolice e profunda alentejanidade que têm surgido ao longo dos anos, instituições culturais, como a Castra Castrorum, a Cortiçol,um programa semanal de rádio denominado "Património", através do qual estabelece
com as pessoas do Alentejo profundo uma relação de grande cumplicidade levando-as a cantar, vercejar, contar "estórias", adivinhas, revelar enfim circunstâncias da tradição alentejana que se perderiam nos refegos do tempo, e last but not the least, grupos corais ,como as Camponesas de Castro Verde, Os ganhões de Castro Verde ,e um grupo de jovens muito jovens os Carapinhas.

Mas voltemos ao Grupo Coral "As camponesas de Castro Verde


AQUI VEMOS AS CAMPONESAS CANTANDO E JUNTO A ELAS ,JOSÉ FRANCISCO COLAÇO GUERREIRO.

Traje:Mondadeira, ceifeira, apanha da azeitona, mulher que faz a meia, mulher que vai levar o almoço ao marido, aguadeira, amassadeira e padeira.



História e Características
O cante alentejano, cujas origens se confundem e mergulham no canto gregoriano segundo uns ou nas profundezas do espírito árabe no entender de outros, é o traço cultural mais vincado do Povo que entre o Tejo e a serra algarvia vive na largueza dos horizontes.

Canto polifónico, de letra singela, deixa à melodia quanto se pretende transmitir. O sentimento que sobressai nas vaias prolongadas, impõe-se como queixumes contidos disfarçando mesmo alguma alegria que os dizeres possam sugerir.



Cantava-se à ida para o trabalho, no trabalho e depois do trabalho sempre colectivamente. Começa um ponto, um alto levanta a moda, canta depois o coro, em uníssono como junta as fraquezas para fazer a força que lhes concede o prazer do brado que se ouve mais longe.



Quando há meio século o cante passou a ser ensaiado e gerado em Grupos Corais, já sem carácter expontâneo, já com propósitos distintos do cantar porque apetece, assistiu-se à marginalização das vozes femininas.

As mulheres ficaram de fora, as mulheres calaram-se porque o seu estatuto, a sua condição e o seu papel não permitiam que andassem em Grupos a cantar em público por aqui e por ali.

E isto aconteceu durante décadas em que o silêncio das vozes delas constituía uma afrontra e uma perda que não se podia prolongar sob pena de a nossa Cultura passar a ser meia verdade.

Assim, em Março de 1984, sob a égide da "Castra Castrorum" - Associação de Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Castro Verde, um grupo de mulheres quebrou o medo e a mudez, formando um Grupo Coral Feminino que logo em Junho desse mesmo ano obteve o primeiro lugar no concurso do traje que se realizou em Beja.

Desde então, têm-se multiplicado as actuações do Norte ao Sul do País, levando, qual embaixada, o testemunho fiel da nossa Cultura genuína.

As modas que cantam resultam de aturadas pesquisas em que se montam, peça a peça, sílaba a sílaba, versos esquecidos, estilos perdidos e costumes abandonados na pressa imposta pela corrida atrás do "progresso".

Entretanto, contra a corrente, enfrentando os ventos adversos como todos os que ousam, em Castro Verde um grupo de mulheres afirma-se elevando-se individualmente e arroga-se colectivamente o direito de defender a sua Cultura cantando de novo as modas que há muitos anos atrás cantavam na ida para o trabalho, no trabalho e depois do trabalho.

Para concluir, o nosso blogue sugere, já o havia feito antes, o acesso aos blogues
www.patrimómio89.blogspot.com
www.casa-das-primas.blogspot.com
onde poderão ter mais informação sobre o Alntejo e as suas gentes.

Nenhum comentário: