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domingo, maio 30, 2010

O CÍRIO DE NAZARÉ, EM BELÉM DO PARÁ

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Círio de Nossa Senhora de Nazaré

O Círio de Nazaré , em devoção a Nossa Senhora de Nazaré, é a maior manifestação religiosa Católica do Mundo e uma das mais tradicionais também,sendo celebrada desde 1793, na cidade de Belém do Pará. É celebrada anualmente no 2°domingo de outubro.

Outras regiões devido a migração de paraenses acabaram criando a procissões para estarem mais próximos de Belém, mesmo que pelo ato de Fé. Em Portugal é celebrada. no dia 8 de Setembro na vila da Nazaré.

O Termo "Círio" tem origem na palavra latina "Cereus", que significa vela grande.

No Brasil, no início era uma romaria vespertina, e até mesmo noturna, daí o uso de velas. No ano de 1854, para evitar a repetição da chuva torrencial como a que havia caído no ano anterior, a procissão passou a ser realizada de manhã.

O Círio foi instituído em 1793 em Belém do Pará, e até 1882, saía do Palácio do Governo. Em 1882, o bispo Dom Macedo Costa, em acordo com o Presidente da Província, Dr. Justino Carneiro, instituiu que a partida do Círio seria da Catedral da Sé, em Belém.

Alguns estudiosos estão considerando o Círio de Nazaré em Belém do Pará, como sendo a maior manifestação religiosa do Planeta. Consegue congregar dois milhões de pessoas em uma só manhã.


Lendas e histórias
Em Portugal

A imagem da Virgem teve origem em Nazaré, na Galiléia, e representa a Virgem Maria sentada, de cor escura, tendo no seu colo o Menino Jesus, o qual amamenta. A estátua, entalhada em madeira e identificada como original dos primeiros séculos do Cristianismo, percorreu a cristandade desde Nazaré (Israel) até surgir em Nazaré (Portugal) quando, no século XII, se tornou símbolo de fé do cavaleiro D. Fuas Roupinho, o qual mandou erigir a Capela da Memória em agradecimento à Virgem (1182), após milagrosamente ter se salvo de um acidente fatal quando, montado a cavalo, perseguia um cervo, num episódio conhecido por Lenda da Nazaré.

Em 1377 o rei D. Fernando (1367-1383) fundou um templo maior, o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, no Sítio da Nazaré. Desde então, a 8 de Setembro, anualmente, os portugueses se reúnem para reverenciar Nossa Senhora da Nazaré.

A principal romaria, o Círio da Prata Grande, vem anualmente do concelho de Mafra e transporta, numa berlinda, uma imagem de Nossa Senhora da Nazaré que não é uma réplica da Verdadeira imagem, pois esta está sentada e a imagem do Círio está de pé, existindo outras diferenças. A imagem de Nossa Senhora da Nazaré venerada no Brasil, em Belém, é semelhante à imagem de Nossa Senhora da Nazaré do principal Círio português.

No Brasil
A introdução da devoção à Senhora da Nazaré, no Pará, foi feita pelos padres jesuítas, no século XVII. Embora o culto tenha se iniciado na povoação da Vigia, a tradição mais conhecida relata que, em 1700, Plácido, um caboclo descendente de portugueses, andava pelas imediações do igarapé Murutucu (área correspondente, hoje, aos fundos da Basílica) quando encontrou uma pequena estátua de Nossa Senhora da Nazaré. Essa imagem, réplica de outra que se encontra em Portugal, entalhada em madeira com aproximadamente 28 cm de altura, encontrava-se entre pedras lodosas e bastante deteriorada pelo tempo e pelos elementos.

Plácido levou a imagem consigo para casa, onde tendo-a limpado, improvisou um altar. De acordo com a tradição local, a imagem retornou inexplicavelmente ao lugar do achado por diversas ocasiões até que, interpretando o fato como um sinal divino, o caboclo decidiu erguer às próprias custas uma pequena ermida no local, como sinal de devoção. A divulgação do milagre da imagem santa atraiu a atenção dos habitantes da região, que passaram a acorrer à capela, para render-lhe homenagem. A atenção do então governador da Capitania, Francisco da Silva Coutinho, também foi atraída à época, tendo este determinado a remoção da imagem para a Capela do Palácio da Cidade, em Belém. Não obstante ser mantida sob a guarda do Palácio, a imagem novamente desapareceu, para ressurgir em seu nicho na capela. Desse modo, a devoção adquiriu caráter oficial, erguendo-se atualmente, no lugar da primitiva ermida, uma capela, hoje a suntuosa Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.

Em 1773 o bispo do Pará, Dom João Evangelista, colocou a cidade de Belém sob a proteção de Nossa Senhora de Nazaré. No início do ano seguinte (1774), a imagem foi enviada a Portugal, onde foi submetida a uma completa restauração. O seu retorno ocorreu em outubro desse mesmo ano, tendo a imagem sido transportada, do porto até ao santuário, pelos fiéis em romaria, acompanhada pelo Governador, pelo Bispo e pelas demais autoridades, civis e eclesiásticas, escoltadas pela tropa. Este foi considerado o primeiro Círio, que etimologicamente designa uma vela grande de cera. Desde então, o Círio de Nazaré é realizado anualmente, no segundo domingo do mês de Outubro.

Entre os milagres mais expressivos atribuídos à imagem de Belém, encontra-se o que envolveu os passageiros do brigue português São João Batista. Partindo de Belém rumo a Lisboa, no dia 11 de Julho de 1846, a embarcação de dois mastros à vela veio a naufragar decorridos poucos dias da partida, sendo os passageiros salvos por um bote que os conduziu de volta a Belém.

Este brigue seria a mesma embarcação que, anos antes (1774), havia transportado a imagem de Nossa Senhora de Nazaré a Lisboa, para ser restaurada; o bote que salvou os náufragos também seria o mesmo que tinha levado a imagem até ao brigue ancorado no porto de Belém. O bote passou a acompanhar a procissão a partir do ano de 1885.

Apesar de o Círio de Nazaré de Belém (PA) ser o mais conhecido no Brasil, o Círio mais antigo do Brasil data de 8 de setembro 1630 na cidade de Saquarema no Estado do Rio de Janeiro. Após noite tempestuosa a miraculosa imagem de Nossa Senhora de Nazareth foi encontrada por pescadores nos penedos que separa o mar da lagoa onde hoje se encontra a Igreja Matriz. Segundo a lenda, a imagem sempre retornava aos penedos onde foi encontrada, e por este motivo, os religiosos da época acreditando ser um sinal dos céus, resolveram dar início a construção de primeiramente uma capela, que mais tarde deu lugar ao templo atual. O Reconhecimento do Círio de Saquarema como o mais antigo do Brasil se deu com a visita da imagem peregrina de Belém (PA) em 23 de setembro de 2009.

As etapas da celebração
Atualmente as manifestações de devoção religiosas estendem-se por quinze dias, durante a chamada quadra Nazarena. Entre os pontos altos dessa manifestação, destacam-se:

Traslado de Nossa Senhora
Assim chamada, porque marca o percurso da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, da Basílica de Nazaré, pelas ruas da cidade, até a igreja matriz, no município de Ananindeua, município vizinho a Belém. Percurso este, feito em carro aberto, onde Nossa Senhora recebe inúmeras homenagens. A imagem da Santa, passa a noite neste município, onde o povo fica durante toda à noite em vigília. Essa Romaria acontece de sexta para sábado, que antecede o domingo do círio.Esta romaria normalmente sai as 9:00 da Basílica de Nazaré, e segue pela Avenida Nazaré, Almirante Barroso, BR-316, Ananindeua, Marituba e volta para Ananindeua até a Igreja Matriz.

Romaria Rodoviária
Depois de uma noite em Ananindeua, e uma missa pela manhã, a imagem parte de madrugada em mais uma procissão, agora em uma nova direção, a Vila de Icoaraci, distrito de Belém. Mesmo sendo de madrugada, os fiéis aguardam a passagem da Santa, rendendo-lhe inúmeras homenagens. A procissão é acompanhada pelos carros da diretoria do círio, carros de polícia, bombeiros, ambulâncias, carros oficiais e civis. Daí a origem do nome da romaria.

.Romaria Fluvial
Nesta romaria, a imagem da Santa é levada de barco, pela Baia do Guajará, baia esta que cerca a cidade de Belém, e é seguida por inúmeros outros, enfeitados de acordo com as condições do próprio dono. Aqui se vêem barcos, iates e simples canoas de ribeirinhos que seguem a procissão. O percurso Icoaraci-Belém pode levar até 5 hora. Ao chegar no cais do porto da cidade, é recebida por uma multidão e outras homenagens se seguem. A romaria foi introduzida em 1985, como uma forma de homenagear a todos os que vivem e dependem dos rios da região, como a população ribeirinha, que devido suas condições não pode se dirigir a Belém, e com isso, pode fazer suas homenagens.

Moto-Romaria
Por volta das 11 horas da manhã de sábado, a imagem da Santa chega ao cais de Belém, dali a imagem segue em carro aberto, agora seguida por motoqueiros que buzinam incessantemente, anunciando a passagem da Santa, o povo para nas ruas seus afazeres, saem de suas casas, e saúdam a Virgem, com as mãos levantadas, como a pedir a bênção. A Romaria se estende pelas ruas da cidade até o Colégio Gentil Bittencourt, onde uma outra multidão de fiéis espera a Imagem. E à noite, logo após a missa, dará início a Trasladação.

Trasladação
A trasladação da imagem ocorre uma noite antes do Círio, em uma procissão à luz de velas. Simbolicamente visa recordar a lenda do descobrimento da imagem e o retorno ao local de seu primeiro achado. Nesta cerimonia somente a Berlinda (carro onde é levada a imagem de Nossa Senhora) é utilizada, num trajeto em sentido inverso ao do Círio

Procissão do Círio
Que atualmente reúne centenas de milhares de fiéis (cerca de 2 milhões ou ate mais), em um cortejo, que em épocas recentes chegou a durar cerca de nove horas, e que hoje, devido a uma melhor organização e planejamento por parte da diretoria da festa demora bem menos, percorrendo uma distância de cerca de cinco quilômetros entre a Catedral Metropolitana e a Basílica de Nazaré. Esta celebração é dividida em três momentos: o Círio propriamente dito evento é iniciado às seis horas da manhã com a celebração de uma missa, após a qual os fiéis se postam nas ruas ao longo do trajeto. Às sete horas, o Arcebispo conduz a imagem de Nossa Senhora até a Berlinda, para dar início ao Círio. Antigtamente e até o iníco dos anos 2000, chegava no destino por volta das duas horas da tarde. Hoje, isso acontece anetes mesmo do meio-dia a imagem chega à Basílica de Nazaré, sendo retirada da Berlinda para a celebração litúrgica.

Recírio
Duas semanas após o Círio, acontece o Recírio, uma procissão de despedida.

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