contador de visitas

free web counter

segunda-feira, julho 08, 2013

filmes portugueses - "BOCAGE"

.
MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE
FOI UMA FIGURA MAIOR DA LITE-
RATURA PORTUGUESA. E ESTE FIL-
ME RETRATA A SUA VIDA






Bocage
de Leitão de Barros


com Raul de Carvalho (Bocage), Maria Castelar (Ana Perpétua/Anália), Maria Helena Matos (Maria Vicência/Márcia), Celita Bastos (Canária), Maria Valdez (Marquesa de Alorna), Araújo Pereira (Intendente Pina Manique), António Silva (Tomé, o Esbirro da Intendência) e Lino Ferreira (Francisco, o Esbirro da Intendência).



Sinopse:

Bocage chega a Lisboa e é acolhido por um camarada, o Tenente Coutinho. Em sua casa conhece as sua irmãs Márcia e Anália, que se apaixonam por ele. Márcia é uma mulher lindíssima que, embora estando noiva, se entrega aos amores do poeta.

Anália tem apenas dezassete anos e pretende entrar para um convento. Mas o amor que sente por Bocage é forte e verdadeiro, fazendo com que este também se apaixone também por ela. Márcia anula o seu casamento e Anália desiste do Convento. Perante as novidades, Coutinho, desiludido com o amigo, expulsa-o de casa. Bocage passa a frequentar os botequins e conhece Canária, uma mulata brasileira, cantadeira, que lhe desperta paixão.

Mas um dia Bocage, acidentalmente, encontra-se com as duas irmãs, despertando infelizes renúncias ao seu amor. Ao saber disto, Coutinho perdoa o amigo. Mais tarde, reencontra Márcia já na companhia do seu noivo, numa recepção no Palácio de Queluz. Coutinho informa-o que Anália entrava para o convento de Odivelas nessa mesma noite e Bocage vai procurá-la para lhe confessar o seu amor. Já não chega a tempo e é um grupo de populares, onde se encontra Canária, que o leva dali, em cânticos para junto do povo.




Grande produção que visava atingir os mercados de Portugal, Brasil e Espanha. Em simultâneo foi filmada uma versão espanhola de "Bocage", intitulada "Las Trés Gracias", com actores espanhóis, Da versão portuguesa penas subsistem 78 minutos de banda de imagem, sendo a banda de som significativamente inferior à banda de imagem conservada.

Como curiosidades. assinale-se a estreia cinematográfica de João Villaret, no papel de Príncipe Regente e, ainda, a presença do cantor lírico Tomás de Alcaide que cantava no filme a romanza "O Amor É Cego e Vê".

Estreou comercialmente no São Luíz, em 1 de Dezembro de 1936. Em termos de bilheteira, "Bocage" foi um fracasso tanto em Portugal como em Espanha, porém, no Brasil, foi um grande êxito.

"Bocage" confirmava, mas sem a inspiração anterior, a veia histórico-literária de Leitão de Barros. (...) Com opulenta reconstituição histórica, que aproveitou o recinto de "Lisboa Antiga", a São Bento, entre o edifício da Assembleia da República e a Delegação de Saúde de Lisboa, exteriores nos jardins de Queluz e magníficos cenários de Vasco Regaleira, onde passeiam figurinos de sonho, alguns dos quais vindos da casa Garnier, de Paris, o filme ressente-se deste predomínio do cenário em relação ao enredo, deste apagamento das figuras diante do estuque. Leitão de Barros não consegue harmonizar, como em A Severa, o estúdio e a Natureza, a verdade dos rostos e a convenção da época reconstituída. Bocage, apesar do brio de Raul de Carvalho, pouco à vontade na persongem, deixa de ser o poeta singular, a figura discutida que o povo consagrou. Ficam-nos alguns apontamentos de bom gosto e algumas canções, como a célebre "Marcha dos Marinheiros", de Carlos Calderón, sem esquecer a romança "a Amor É Cego e Vê", cantada por Tomás Alcaide.

Luís de Pina, História do Cinema Português, ed. Europa-América, 1986.

Nenhum comentário: