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sábado, junho 11, 2011

HISTÓRIA DE PORTUGAL - O INTEGRALISMO LUSITANO

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Integralismo Lusitano

O Integralismo Lusitano (IL) designa um agrupamento sócio-político tradicionalista português e monárquico, activo e influente entre 1914 e 1932 e, por intermédio dos seus dirigentes fundadores e discípulos, na oposição ao Estado Novo de Oliveira Salazar.

História

Com origem entre os exilados católicos e monárquicos na Bélgica, em 1913, do qual faziam parte alguns dos seus fundadores, foi inicialmente um movimento cultural em reacção ao anticlericalismo da Primeira República Portuguesa.

Em 1914, o movimento tornou-se político incorporando republicanos desiludidos com a República, sendo formalmente constituído em Coimbra em torno da revista Nação Portuguesa.

O seu ideário monárquico tradicionalista afirmava que não pretendiam voltar à monarquia deposta e que não aceitavam a república recém-implantada. Apoiavam o rei deposto, D. Manuel II, embora recusassem o rotativismo dos Partidos ideológicos do final da Monarquia Constitucional, que designavam por "regime das oligarquias partidárias", pretendendo uma Monarquia assente na representação municipalista e sindicalista, segundo as antigas tradições da Monarquia portuguesa.


OS PARTICIPANTES NAS CONFERÊNCIAS DA LIGA NAVAL ACERCA DA "QUESTÃO IBÉRICA"
DE PÉ: RUY ULRICH,HIPOLITO RAPOSO,LUIS DE ALMEIDA BRAGA,E JOSÉ PEQUITO REBELO;
SENTADOS - ANTÓNIO SARDINHA,VASCO DE CARVALHO,LUIS FREITAS BRANCO,XAVIER CORDEIRO E ALBERTO MONSARAZ.

Contou entre os seus dirigentes mais destacados, Hipólito Raposo, António Sardinha, Luís de Almeida Braga, Alberto Monsaraz, Pequito Rebelo e Francisco Rolão Preto. O velho Ramalho Ortigão chegou a aderir, com entusiasmo, ao movimento.

O movimento "Os Vencidos da Vida", do qual este último fazia parte, tinha no seu ideário o mesmo repúdio pelo parlamentarismo partidista (pela «partidocracia» como era por vezes dita) que levava a considerar que tinha sido a sua escola política e as pessoas que dele faziam parte com sendo os seus procederes e mestres, do Integralismo Lusitano aqui abordado.

Em 1915, os integralistas são projectados para a ribalta política ao realizarem um ciclo de conferências na Liga Naval, em Lisboa, alertando para o perigo de uma absorção pelo Reino de Espanha. As conferências foram violentamente interrompidas, sendo as instalações da Liga Naval assaltadas e destruídas. Com a entrada de Portugal na Grande Guerra, em 1916, transformaram-se em organização política criando uma Junta Central e organizações distritais e concelhias. Nessa altura, manifestaram obediência a D. Manuel II, reconheceram a importância da Aliança Luso-britânica, e clamaram pela mobilização dos portugueses contra a Alemanha.

A organização política do IL esteve muito activa durante o Sidonismo, nas revoltas de Monsanto e Monarquia do Norte, em 1919. Vieram a desligar-se da obediência ao exilado D. Manuel II em 1920 na sequência da tentativa frustrada de restauração do trono. Porque D. Manuel não respondeu ao apelo restauracionista que lhe foi feito e se recusou a reorganizar as forças restauracionistas, o Integralismo Lusitano reconheceu então como legítimo herdeiro ao trono português o neto de D. Miguel I, Duarte Nuno de Bragança.

Tiveram também papel de destaque na preparação do movimento militar de 28 de Maio de 1926.

Em 1932, dissolveram-se enquanto organismo político na sequência da morte sem descêndencia de D. Manuel II, quando se deu a fusão de todos os organismos monárquicos em torno de Dom Duarte Nuno.

Há quem defenda que Salazar teria recebido "profunda influência" do Integralismo Lusitano, e que Oliveira Salazar teria sido mesmo "um grande admirador do movimento integralista". Considerando o Estado Novo, do qual o Salazar era o máximo dirigente, como um corporativismo de Estado de inspiração fascista e, como tal, uma falsificação grosseira das suas doutrinas corporativas de associação .

Dois ex-membros da sua Junta Central, Alberto Monsaraz e Rolão Preto, organizaram em 1933 o Movimento Nacional-Sindicalista para combater o Salazarismo, movimento que vem a ser proibido por Salazar em 1934. Além de terem desde a primeira hora recusado a Constituição de 1933, esses e outros destacados integralistas participaram nos movimentos políticos e conspirativos durante a Oposição a Salazar: o integralista Hipólito Raposo designará por "Salazarquia" o Estado Novo no livro Amar e Servir (1940), sendo o livro apreendido, e o seu autor preso e deportado para os Açores; um outro integralista, Pequito Rebelo, liderou uma lista de candidatos por Portalegre contra a União Nacional de Salazar; e Luís de Almeida Braga e Francisco Rolão Preto integraram a candidatura oposicionista do general Humberto Delgado à presidência da República em 1958 .

Lema: Nos liberi sumus, Rex noster liber est, manus nostrae nos liberverunt (Nós somos livres, nosso Rei é livre, nossas mãos nos libertaram" ), o chamado "grito de Almacave", pronunciado pelos povos representados nas Cortes de Lamego, simbolicamente identificado com a fundação do Reino de Portugal)

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