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Elias diá Kimuezo é o Rei da Música Angolana. Nasceu no Bairro Marçal, com o nome de Elias José Francisco, no dia 2 de Janeiro de 1936. Aos 7 anos de idade, torna-se órfão, facto que o obriga mais tarde, aos 12 anos a ir viver em casa da avó, no Bairro Sambizanga, onde aprende a comunicar-se de forma fluente, na sua língua materna o kimbundo.
A sua constante frequência no Samba Kimúngua, na zona do Bungo em Luanda, onde residiam vários operários do Porto e dos Caminhos de Ferro que tocavam e dançavam o Kinganje, fez com que descobrisse, aos 15 anos de idade, a sua vocação artística, que o leva a integrar-se na Turma do Margoso, como vocalista principal e tocador de bate-bate. Dois anos mais tarde, muda-se para o agrupamento Os Kizombas, que naquela altura, tocava nas farras do Salão Malanjinho no Bairro do Sambizanga. Com o tempo foi-se aprimorando na arte de cantar, e tornando-se cada vez mais conhecido.
Em 1969 surge o Festival Folclórico das províncias Portuguesas, a ter lugar em Portugal, e o mesmo é convidado, para, com o Grupo de Rebita do Mestre Geraldo e Os Marimbeiros de Duque de Bragança, oriundos de Malanje, representar a Província de Angola. O seu desempenho artístico, como o dos restantes artistas, mereceram elevados elogios da crítica e dos analistas culturais locais, pelo que lhe foi colocada a proposta, prontamente aceite, de gravar 2 “singles” para a editora Valentim de Carvalho. Foram então feitas as respectivas gravações, “Mualunga”, “Ressurreição”, “Muenhu Ua Muto” e “Zum-Zum”, que tiveram as participações de Barceló de Carvalho (Bonga), Rui Mingas, Teta Lando e dos Marimbeiros de Duque de Bragança. O lançamento das obras, com muita pompa e circunstância, teve lugar no Cine-Restauração, um dos cinemas mais chiques de Luanda. O sucesso crescia dia após dia, e em face disso, Elias diá Kimuezu, é galardoado com o título de “Melhor Intérprete da Canção Angolana”. Este prémio era atribuido anualmente, aos artístas que se destacavam na Província de Angola, pelo CITA-Centro de Informação e Turismo de Angola.
Em 1972, em compensação, pelo seu abnegado trabalho em prol da música, recebe uma estatueta referente aos “11 mais da cidade de Luanda”, que premiava as 11 figuras mais destacadas nas diversas áreas profissionais e sociais na cidade de Luanda. No ano de 1974, fruto do intenso trabalho de mobilização, é novamente preso com seu irmão mais novo “Chico Suiça” e remetidos de imediato para “São Nicolau” – Campo I das Salinas, caserna III, donde saíram após clarificação do processo de descolonização e o Sistema ser obrigado a tratar da libertação de todos os presos, principalmente os do foro político.
Aquando da criação do Agrupamento “Kissanguela”, por Mário Silva foi Elias diá Kimuezo, quem sugeriu o nome do mesmo, tendo em conta o momento que se vivia e o trabalho que se pretendia que o Agrupamento produzisse. Desde os meados da década de 60 que Elias diá Kimuezo, pela qualidade do seu trabalho e a constância do seu desempenho, foi considerado como “O Rei da Música Angolana”.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_m%C3%BAsica_popular_angolana"
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