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MAYSA MATARAZZO
Maysa Figueira Monjardim, mais conhecida como Maysa Matarazzo ou simplesmente Maysa (São Paulo) ou Rio de Janeiro, 6 de junho de 1936 — Niterói, 22 de janeiro de 1977), foi uma cantora, compositora e atriz brasileira. Ao longo da sua carreira imortalizou uma discografia com mais de 25 títulos. Cristalizou uma das mais sensíveis obras da Música Popular Brasileira.
Biografia
Segundo algumas fontes, Maysa teria nascido na capital paulista, numa tradicional família do estado do Espírito Santo que logo se mudou para o Rio de Janeiro. Outras fontes, porém, afirmam que seu nascimento foi mesmo no Rio. Da capital paulista ou do Rio, é certo, no entanto, que em 1947 a família transferiu-se para Bauru, no interior paulista. Logo depois, mudaram-se novamente para a capital. Mesmo fixada em São Paulo, a família ainda mudaria de endereço várias vezes.
Maysa era neta do barão de Monjardim, que foi presidente da província do Espírito Santo por cinco vezes. Estudou no tradicional colégio paulistano Assunção e no Sacré-Cœur de Marie, em São Paulo.[9] As férias eram passadas em Vitória, onde reencontrava os tios e primos.
Casou-se aos dezessete anos com o empresário André Matarazzo, dezessete anos mais velho, amigo de seus pais, e membro do ramo ítalo-brasileiro da família Matarazzo, de cuja união nasceu Jayme Monjardim Matarazzo, diretor de cinema e telenovelas.
Desquitou-se do marido em 1957, pois ele se opôs à carreira musical. Maysa teve vários relacionamentos amorosos, entre eles, com o compositor Ronaldo Bôscoli, o empresário espanhol Miguel Azanza, o ator Carlos Alberto, o maestro Julio Medaglia, entre vários outros. Ao assumir o relacionamento com Miguel Azanza em 1963, Maysa estabeleceu residência na Espanha onde morou durante anos com o marido e o filho. Só retornou definitivamente ao Brasil em 1969. Na década de 70, Maysa se aventuraria pelo mundo das telenovelas e do teatro participando de produções como O Cafona, Bel-Ami e o espetáculo Woyzeck de George Büchner. Em 1977, um trágico acidente automobilístico na Ponte Rio-Niterói encerrava a carreira e o brilho da estrela, que foi um dos maiores nomes da música popular brasileira.[10]
Últimos Momentos
Vivendo isolada na casa de praia em Maricá, desde 1972, para onde ia todo o fim de semana, Maysa morreu a caminho da mesma casa de praia em Maricá, enquanto dirigia a “Brasília azul” em alta velocidade, no dia 22 de Janeiro de 1977, por volta das 5 horas da tarde, na Ponte Rio-Niterói. O efeito de anfetaminas somado à ingestão excessiva de álcool e ao cansaço físico e psicológico que a cantora vinha sofrendo teriam provocado o fatídico acidente. Porém, a conclusão dos laudos periciais mostrou que no momento do acidente ela estava completamente sóbria, não havia resquícios de álcool em seu organismo.
Em uma de suas últimas anotações, registrou:
Hoje é novembro de 1976, sou viúva, tenho 40 anos, 20 de carreira e sou uma mulher só. O que dirá o futuro?
Estilo Musical
As composições e as canções foram escolhidas de maneira a formar um repertório sob medida para o seu timbre, que não era o de uma voz vulgar, pelo contrário, possuía um viés melancólico e triste, que se tornou emblemático do gênero fossa ou samba-canção. Ao lado de Maysa, destacam-se Nora Ney, Ângela Maria e Dolores Duran. O gênero, comparado ao bolero, pela exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo. O samba-canção (surgido na década de 1930) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 1950, em 1958), com o qual Maysa também se identificou. Mas este último representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas históricas com a bossa, é o de uma cantora de voz mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do bolero.
Contemporânea da compositora e cantora Dolores Duran, Maysa compôs 30 canções, numa época em que havia poucas mulheres nessa atividade. Maysa interpretava de maneira muito singular, personalista, com toda a voz, sentimento e expressão, sendo um dos maiores nomes da canção intimista. Um canto gutural, ensejando momentos de solidão e de grande expressão afetiva. Um dos momentos antológicos desta caracterização dramática foi a apresentação, em 1974, de Chão de Estrelas (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa), e de Ne Me Quitte Pas (10 de junho de 1976), tendo sido apresentadas em duas edições do programa Fantástico da Rede Globo.
Todo este característico Estilo Maysa, influenciou ao menos meia dúzia de sua geração, e principalmente a geração posterior a sua. Este Estilo Maysa se tornou notável em cantores e compositores, como: Ângela Rô Rô, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Simone e também Cazuza e Renato Russo.
Celebrizaram-se as canções: Ouça, Meu Mundo Caiu, Tarde Triste, Resposta, Adeus, Felicidade Infeliz, Diplomacia e O Que? (todas de sua autoria) e mais: Ne Me Quitte Pas, Chão de Estrelas, Dindi, Por Causa de Você, Se Todos Fossem Iguais a Você, Eu Sei Que Vou Te Amar, Franqueza, Eu Não Existo Sem Você, Suas Mãos, Bouquet de Izabel, Bronzes e Cristais, Bom Dia Tristeza, Noite de Paz, Castigo, Fim de Caso, O Barquinho, Fim de Noite, Meditação, Alguém me Disse, Cantiga de Quem Está Só, A Felicidade, Manhã de Carnaval, Hino ao Amor (L'Hymne a L'Amour), Demais, Preciso Aprender a Ser Só, Canto de Ossanha, Tristeza, As Mesmas Histórias, Dia das Rosas, Se Você Pensa, Pra Quem Não Quiser Ouvir Meu Canto, Light My Fire, Chuvas de Verão, Bonita, As Praias Desertas, Bloco da Solidão, Tema de Simone e Morrer de Amor.
Discografia
Álbuns de estúdio
Convite para ouvir Maysa (1956)
Maysa (1957)
Convite para ouvir Maysa n. 2 (1958)
Convite para ouvir Maysa n. 3 (1958)
Convite para ouvir Maysa n. 4 (1959)
Maysa É Maysa... É Maysa... É Maysa (1959)
Voltei (1960)
Maysa Canta Sucessos (1960)
Maysa Sings Songs Before Dawn (1961)
Maysa, Amor... E Maysa (1961)
Barquinho (1961)
Canção do Amor Mais Triste (1962)
Maysa (1964)
Maysa (1966)
Maysa (1969)
Canecão Apresenta Maysa (1969)
Ando Só Numa Multidão de Amores (1970)
Maysa (1974)
[editar] EP's
Maysa (1959) (1959)
Favela (1962)
Maysa (1963) (1963)
Dia das Rosas (1966)
Reza (1968)
Ave Maria dos Retirantes (1969)
[ Compactos simples
Esse Nosso Olhar (1959)
Ad Ogni Costo (1967)
Et Maintenant (1968)
Pálida Ausência (1968)
San Juanito (1969)
Love Story (1971)
Tema de Simone (1971)
Palavras, Palavras (1972)
Tema de Bravo! (1975)
Participações
Rio - Cidade Maravilhosa (1960)
Irmãos Coragem (1970) Trilha sonora da telenovela da Rede Globo.
Bandeira 2 (1971) Trilha sonora da telenovela da Rede Globo.
Coletâneas
Os Grandes Sucessos de Maysa (1959)
A Música de Maysa (1960)
Ternura... É Maysa (1965)
Canecão Apresenta Maysa (1969)
Dois na Fossa - Maysa & Tito Madi (1975)
Para Sempre Maysa (1977)
Bom É Querer Bem (1978)
Retrospecto vol. 3 (1979)
Convite para ouvir Maysa (1988)
Maysa Por Ela Mesma (1991)
Tom Jobim por Maysa (1993)
Maysa (1996)
Bossa Nova por Maysa (1997)
Simplesmente Maysa (2000)
Quatro em Um - Volume 13 (2001)
Retratos - Maysa (2004)
Novo Millennium (2005)
Maysa - Quando Fala o Coração (2009)
Televisão
O Cafona...Simone (1971)
Bel-Ami...Márica (1971)
Um comentário:
Maysa foi sem sombra de duvidas a maior cantora Brasileira de sua época e guarda toda a tragicidade e melancolia em sua boas canções...
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