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Adonias Filho
Adonias Aguiar Filho (Itajuípe, 27 de novembro de 1915 — Ilhéus, 2 de agosto de 1990) foi um integralista, jornalista, crítico literário, ensaísta e romancista brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras.
Era filho de Adonias Aguiar e de Raquel Bastos de Aguiar.
Em 1936, dois anos após ter concluído seu curso secundário em Salvador, mudou-se para o Rio de Janeiro, na época capital do Brasil, onde retomou a carreira jornalística, iniciada em Salvador. Colaborou com o jornal Correio da Manhã e atuou como crítico literário nos Cadernos da "Hora Presente", de São Paulo em 1937, no "A Manhã", nos anos de 1944 e 1945 além do "Jornal de Letras" (1955 a 1960) e do "Diário de Notícias" (1958 a 1960). Em São Paulo, colaborou também com o O Estado de S. Paulo e "Folha da Manhã".
Entre os anos de 1946 e 1950 dirigiu a editora "A Noite". Foi diretor do Serviço Nacional de Teatro em 1954 e diretor da Biblioteca Nacional nos anos de 1961 a 1971. Ainda como diretor, trabalhou na Agência Nacional do Ministério da Justiça.
No ano de 1966 foi eleito vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa e no ano seguinte, membro do Conselho Federal de Cultura sendo reconduzido em 1969, 1971 e 1973. Foi presidente da Associação Brasileira de Imprensa em 1972 e presidente do Conselho Federal de Cultura de 1977 até 1990, ano de sua morte.
Adonias Filho, como escritor, buscou inspiração para as suas obras de ficção na zona cacaueira próxima a Ilhéus, interior da Bahia, local onde nasceu e passou sua infância. Esse ambiente é notado logo no seu romance de estréia, "Os servos da morte", publicado em 1946. No romance, aquela realidade serviu-lhe apenas para recriar um mundo carregado de simbolismo, nos episódios e nos personagens, encarnando um sentido trágico da vida e do mundo. Foi ligado ao grupo Festa.
A utilização de recursos altamente originais e requintados, adaptados à violência interior de seus personagens, faz de Adonias Filho um integrante do grupo de escritores que, a partir de 1945, a terceira fase do Modernismo, se inclinaram para um retorno a certas disciplinas formais, preocupados em realizar a sua obra, por um lado, mediante uma redução à pesquisa formal e de linguagem e, por outro, em ampliar sua significação do regional para o universal. Seus romances e novelas serão sempre destaque na literatura de ficção brasileira contemporânea.
Suas obras foram traduzidas para o inglês, o alemão, o espanhol, o francês e o eslovaco.
Faleceu sua fazenda Aliança, em Inema (sul da Bahia), logo depois de perder sua amada esposa.
Obras
Renascimento do homem - ensaio (1937)
Tasso da Silveira e o tema da poesia eterna - ensaio (1940)
Memórias de Lázaro - romance (1952)
Jornal de um escritor (1954)
Modernos ficcionistas brasileiros - ensaio (1958)
Cornélio Pena - crítica (1960)
Corpo vivo - romance (1962)
História da Bahia - ensaio (1963)
O bloqueio cultural - ensaio (1964)
O forte, romance (1965)
Léguas da promissão - novela (1968)
O romance brasileiro de crítica - crítica (1969)
O romance brasileiro de 30 - crítica (1973)
Uma nota de cem - literatura infantil (1973)
As velhas - romance (1975)
Fora da pista - literatura infantil (1978)
O Largo da Palma - novela (1981)
Auto de Ilhéus - teatro (1981)
Noites sem madrugada - romance (1983)
Os bonecos de Seu Pope - literatura infantil (1989).
Academia Brasileira de Letras
Adonias Filho foi consagrado com o título de imortal pela Academia Brasileira de Letras em 14 de janeiro de 1965. Recebeu em 23 de maio de 1969 a posse da cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras pelas mãos do acadêmico Jorge Amado.
É o quinto ocupante da cadeira 21, que tem por patrono Joaquim Serra.
Prêmios
Adonias Filho conquistou os seguintes prêmios:
Prêmio Paula Brito de crítica literária (Guanabara, 1968), com o livro "Léguas da promissão",
Golfinho de Ouro de Literatura (1968),
Prêmio PEN Clube do Brasil,
Prêmio da Fundação de Desenvolvimento Educacional do Paraná (FUNDEPAR)
Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1968-1969)
Prêmio Brasília de Literatura (1973), da Fundação Cultural do Distrito Federal.
Prêmio Nacional de Literatura (1975), do Instituto Nacional do Livro, na categoria de obra publicada (1974-1975), com o romance As velhas, e Prêmio Jabuti na categoria romance.
Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia, em 1983.
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