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quinta-feira, outubro 26, 2006

ESCRITORES PORTUGUESES - ANTÓNIO LOBO ANTUNES

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António Lobo Antunes


António Lobo Antunes (nascido a 1 de Setembro de 1942 em Lisboa) é um escritor português e um dos autores mais conhecidos de Portugal, juntamente com José Saramago. Lobo Antunes foi já considerado um candidato ao Prémio Nobel da Literatura.

Lobo Antunes é licenciado em Medicina, com especialização em Psiquiatria. Esteve destacado em Angola, entre 1970 e 1973, durante a fase final da Guerra Colonial portuguesa. A sua experiência de guerra inspirou muitos dos seus livros. Regressado a Portugal, trabalhou no hospital psiquiátrico Miguel Bombarda, em Lisboa. Foi militante da APU (Aliança Povo Unido - coligação liderada pelo Partido Comunista Português) em 1980. Actualmente vive em Lisboa, mas já não exerce medicina, dedicando-se em exclusivo à escrita.

Muitos dos livros de António Lobo Antunes referem ou reportam-se a todo o processo de passagem do fim do Estado Novo até à implantação da Democracia. O fim da Guerra Colonial, o fim de um mundo burguês marcado por valores conservadores e retrógados. Os problemas de mudança social rápida no 25 de Abril e consequentemente a instabilidade política vivida em Portugal. Esse processo de passagem é espelhado nas relações familiares. Regra geral aparecem nos romances deste autor famílias disfuncionais em que o indíviduo está a perder os seus referentes, em que a comunicação é ou nula ou superficial entre os seus membros. regra geral os anti-heróis dos seus romances são pessoas que exercem profissões liberais oriundos de "boas famílias".


Estilo do Autor
densidade
Lobo Antunes tem uma escrita densa. O leitor tem algum esforço de leitura porque, por exemplo, não é raro haver mudanças de narrador e assim o leitor tem tendência a "perder o fio à meada". No entanto apesar de não ser um autor que opte por uma escrita fácil (ou facilitista) Lobo Antunes costituí um fenómeno de vendas e é muito lido internacionalmente, especialmente na Europa Continental.

Mudança de narrador
Na esteira de James Joyce ou de "The Sound and the Fury " de Faulkner, o narrador é por vezes trocado, como que se o ponto de vista saltasse de personagem em personagem. Isto dá uma qualidade de caleidoscópio ao desenrolar da narrativa.

Obsessividade
Os livros de Lobo Antunes são muito obsessivos e labirínticos dando um tom geral de claustrofobia e paranóia às suas obras. Apesar disso as suas obras apresentam uma diversidade linguística notável.

Sintagmas nominais complexos
Ocorre muitas vezes numa descrição ou pensamento do que está a acontecer a um personagem aparecerem sobrepostos tanto o que está "realmente" a acontecer como uma realidade imaginária. Outros processos típicos são Sintagmas Nominais complexos como por exemplo "cachoeira dos pulmões". Aqui os substantivos (S1 de S2) não funcionam da maneira habitual em que S2 atribui propriedades sobre S1 ("copo de água"; água está a especificar o conteúdo do copo) mas funcionando este sintagma como uma metáfora ou como uma comparação. (assim esta imagem seria descrita num português mais habitual como "os pulmões fazendo barulho como uma cachoeira").

Simultaneidade
Tipicamente ocorrem várias descrições simultâneas, tanto físicas como de pensamentos. É habitual uma realidade do passado estar misturada com uma realidade do presente. No meio de um diálogo serem inseridos diálogos imaginários ou do tempo passado. Estes processos são usados com mestria por este autor resultando efeitos de grande valor literário.


Evolução da sua Obra

Obras de António Lobo Antunes

Memória de Elefante(1979)
Os Cus de Judas (1979)
A Explicaçao dos Pássaros (1981)
Conhecimento do Inferno (1981)
Fado Alexandrino (1983)
Auto dos Danados (1985)
As Naus (1988)
Tratado das Paixoes da Alma (1990)
A Ordem Natural das Coisas (1992)
A Morte de Carlos Gardel (1994)
Crónicas (1995)
Manual dos Inquisidores (1996)
O Esplendor de Portugal (1997)
Livro de Crónicas (1998)
Olhares 1951-1998 (1999) (co autoria com Eduardo Gageiro)
Exortação aos Crocodilos (1999)
Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura (2000)
Que farei quando tudo arte (2001)
Segundo Livro de Crónicas (2002)
Diálogos (2003)
Boa Tarde às Coisas Aqui em Baixo (2003)
Eu Hei-de Amar uma Pedra (2004)
História do hidroavião (infantil, 2005)
D'este viver aqui neste papel descripto: cartas de guerra (2005)
Terceiro Livro de Crónicas (2006)
Ontem Não te vi em Babilónia (2006)

[editar] Prémios Literários
Prémio Franco-Português, 1987 ("Cus de Judas")
Prémio instituído pela embaixada de França em Lisboa, no valor de duzentos mil escudos e atribuído a obras traduzidas para a língua francesa nos últimos cinco anos.
Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, 1985 ("Auto dos Danados")
Prémio Melhor Livro Estrangeiro publicado em França, 1997 ("Manual dos Inquisidores ")
Prémio Tradução Portugal/Frankfurt, 1997 ("Manual dos Inquisidores")
France-Culture ("A Morte de Carlos Gardel")
Prémio de Literatura Europeia do Estado Austríaco, 2000
Prémio União Latina , 2003
Prémio Ovídio da União dos Escritores Romenos, 2003
Prémio Fernando Namora, 2004
Prémio Jerusalém, 2005

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