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A DITADURA MILITAR FASCISTA
MÃO POUPOU GIL E CAETANO
Gilberto Gil e Caetano Veloso, após protestarem publicamente contra a ditadura, foram presos no Rio de Janeiro no dia 22 de Dezembro de 1968. Segundo os censores e os órgãos de informação oficial, o motivo da prisão foi "tentativa da quebra do direito e da ordem institucional", com mensagens "objetivas e subjetivas à população" para subverter o Estado Democrático Brasileiro estabelecido pela revolução. Em função da notoriedade dos artistas, foram aconselhados a se exilarem do país. No jornal Estado de São Paulo, embaixo do título da notícia, aparece uma receita de torta de abacaxi recheada com pepino
Anos de chumbo
A expressão anos de chumbo foi aplicada inicialmente a um fenômeno europeu, relacionado com a Guerra Fria e com a estratégia da tensão. Designa o período compreendido aproximadamente entre o pós-1968 e o fim dos anos 1970, na Alemanha, ou meados dos anos 1980, na França e na Itália - anos marcados por violência política, luta armada e terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato repressivo dos estados democráticos da Europa Ocidental.
Posteriormente a expressão passou a designar esse período de radicalização política, também fora da Europa - particularmente nos países do Cone Sul.
Origem da expressão
O uso expressão "anos de chumbo" para designar o período foi adotado em vários países (anni di piombo, années de plomb, years of lead), inclusive no Brasil, e deriva do título do filme "Die Bleierne Zeit" 1981) (em português, literalmente, "Tempos de chumbo"), que projetou a cineasta alemã Margarethe Von Trotta, após merecer o Leão de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Veneza. O filme é inspirado na história das irmãs Christiane e Gudrun Ensslin: Gudrun era da liderança do Baader-Meinhof e morreu - assim como Andreas Baader, Ulrike Meinhof, Holger Meins e Jan-Carl Raspe - dentro da prisão de segurança máxima de Stammheim, em 1977. O título do filme, por sua vez, é uma citação do poema de Hölderlin, "Passeio ao campo" (Der Gang aufs Land, 1800).
Os anos de chumbo no Brasil
Os Anos de Chumbo foram o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, estendendo-se basicamente do fim de 1968, com a edição do AI-5 em 13 de dezembro daquele ano, até o final do governo Médici, em março de 1974. Alguns, reservam a expressão "anos de chumbo" especificamente para o governo Médici. [2] O período se destaca pelo feroz combate entre a extrema-esquerda, de um lado, e de outro, o aparelho policial-militar do Estado, eventualmente apoiado por organizações paramilitares, tendo como pano de fundo, o contexto da Guerra Fria.
Foram também os anos do chamado milagre econômico brasileiro, período de intenso crescimento econômico. De 1968 a 1973 o PIB do Brasil cresceu acima de 10% ao ano, em média, apesar da inflação, que oscilou entre 15% e 20% ao ano, e da grande concentração de renda, com redução dos salários reais, acentuação da desigualdade social e aumento da pobreza, com cerceamento às liberdades individuais associado à repressão política.
As vítimas do regime
Durante os vinte e um anos de duração do Regime Militar houve vítimas de ambos os lados, sem distinção. Desde integrantes de grupos de esquerda que pregavam a luta armada, passando por estudantes, jornalistas, operários, políticos, religiosos e militares. A lista a seguir traz alguns deles.
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