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Maria Inês Ribeiro da Fonseca, teve uma infância cosmopolita, seguindo as colocações do padrasto, o diplomata Jorge Rodrigues dos Santos. Até aos 20 anos, conheceu Buenos Aires, Estocolmo, Paris, Suíça e Roma.
Em 1946, casou com Ruy Leitão, e mudou-se para Washington, onde residiu até 1949. Aí nasceu o seu primeiro filho, Ruy, também artista plástico e, já depois do regresso a Portugal, teve Marta (n.1951) e Bernardo (n.1955).
Menez nunca frequentou qualquer escola de arte, tendo começado a pintar por iniciativa própria aos 26 anos. O escritor Ruben A., que era seu amigo, apresentou-a em 1954 a José-Augusto França, que dirigia nessa época a Galeria de Março, onde realizou a sua primeira exposição individual, de óleos e guaches.
A crítica de então referia-se ao seu expressionismo lírico e abstracto de influência francesa e atribuía a Menez autoria fundadora desta tendência em Portugal (José-Augusto França).
As obras desta época afirmavam-se por um sentido agudo da luz e da cor, em composições abstractas onde as vagas geometrias introduziam um ritmo exclusivamente plástico na abstracção. A influência de Vieira da Silva, marcante para a geração de Menez, era evidente nestas primeiras obras, mas também as de Bonnard, Rothko e Matisse.
Pintura, 1958, guache sobre papel, 31 x 48 cm
Museu Abel Manta, Gouveia, Portugal
Em 1960, foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, em Londres, e também entre 1965 e 1969, altura em que se tornou amiga de Paula Rego e do marido, de Patrick Caulfield, Hélder Macedo, Mário Cesariny e João Vieira.
Expôs na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1961), ganhando o 2.º Prémio de Pintura.
Em 1966 deu-se o início da sua colaboração com a Galeria 111, que haveria de continuar até à data da sua morte. Também este foi o ano de uma importante exposição na Sociedade Nacional de Belas-Artes, que assinalou uma nova fase na carreira da artista, mais marcada pelo ambiente londrino.
1976 e 1977 foram anos violentos de luto para Menez, que perdeu os dois filhos mais velhos, sucessivamente. Depois de uma pausa, a sua pintura, onde o tempo sempre esteve presente, embora de forma implícita, transformou-se numa pintura do próprio tempo, num corpo a corpo com a morte e a permanência - o que, aliás, encontrava eco na tensão entre forma e informe que perpassa toda a sua obra.
Em 1990 é-lhe atribuído o Prémio Pessoa.
Muito conhecidos são os trabalhos deste período, correspondendo à encomenda que Menez recebeu para a realização de painéis de azulejos para a estação do Metropolitano de Lisboa da Rotunda. Esses painéis, que retomam a antiga monocromia oitocentista do azul e branco, desenham, sobre as paredes do átrio principal da estação, cenas relacionadas com a vida do Marquês de Pombal e alguns acontecimentos e personagens marcantes do seu tempo. Menez adapta à pintura o desenho em monocromia (azul, laranja, sépia, por exemplo), que aplicou em cenas de grande teatralidade, de onde a paisagem quase desaparece.
A morte do terceiro filho, em 1991, aliada a todos os factos dramáticos já ocorridos, fazem esvair progressivamente a sua saúde, e constituem-se novas temáticas na obra da artista.
PRÉMIOS E DISTINÇÕES
1961
2.º Prémio de Pintura na II Exposição de Artes Plásticas da FCG.
1990
Prémio Pessoa.
1991
Prémio de Azulejaria Jorge Colaço, Painel de Azulejos da Faculdade de Psicologia de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa.
COLECÇÕES PÚBLICAS
Pintura
Banco Internacional de Crédito, Lisboa.
Banco Português do Atlântico, Lisboa.
Banco Português do Atlântico, Macau.
Banco Totta & Açores, Lisboa.
Centro de Arte Moderna/Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
Caixa Geral de Depósitos, Lisboa.
Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
Fundo de Pintura do Ministério das Finanças.
Holiday Inn, Lisboa.
Ministério da Cultura, Lisboa.
Tapeçaria
Abn-Amro Bank, Lisboa.
Ana Aeroportos, Porto.
Associação Nacional de Farmácias, Lisboa.
Banif.
Banco Privado Português, Lisboa.
Caixa Geral de Depósitos, Lisboa.
Câmara Municipal de Lisboa, Edifício Campo Grande, Lisboa.
Câmara Municipal do Crato.
Casino Solverde, Espinho.
Cosec, Lisboa.
Crédito Predial Português, Lisboa.
Hotel da Lapa, Lisboa.
Hotel Solverde, Espinho.
Marconi, Lisboa.
Museu da Assembleia da República, Lisboa.
Pousada da Flor da Rosa.
Tribunal de Mação.
Tribunal da Sertã.
Universidade Técnica de Lisboa.
Universidade do Minho, Braga.
Azulejo
Café VáVá, Lisboa.
Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo.
Doze Painéis de Azulejos na Praça Marcos Portugal, por iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa.
Faculdade de Psicologia, Cidade Universitária, Lisboa.
Hospital de Santa Maria, Lisboa.
Hotel Porto Santo, Porto Santo.
Estação do Marquês de Pombal do Metropolitano de Lisboa.
Universidade do Minho, Guimarães.
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