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sábado, abril 09, 2011

pintores portugueses - JOSÉ TAKLYN

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José Taklyn nasceu em Lagos, em 1943.

Estudou História de Arte na Faculdade de Letras de Lisboa e Pintura em Florença.
Frequentou o curso "Pintura e Desenho do sec. XX" na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Desde finais dos anos oitenta participou em mais de uma vintena de exposições de nomeada, sempre acolhido em espaços prestigiados.

O José Taklyn foi um dos fundadores da TRANCA ,onde, a par da criação de capas que se transformaram em "case study" das mais badaladas Universidades de Comunicação Social do Mundo, se notabilizou também na prosa de vanguarda.

Na pintura de José Taklyn há duas vertentes dominantes. Uma mais figurativa, outra assimilável a um sistema expressivo de forças.

Na vertente figurativa podemos ainda notar uma cisão entre um lado ameno e outro mais agreste em que as formas ainda reconhecidas configuram uma disposição ora dramática ora irónica.

Na outra vertente a abstracção não se inscreve em qualquer estratégica estética nem decorre de qualquer discurso teórico. A sua razão de ser assenta na necessidade de se ultrapassar de forma exigente e talvez purificadora.

Em cada caso porém o seu modo chega a ser brutal mesmo quando amenizado por uma expressividade poética mais serena.

Tendo renunciado à noção de modelo clássico objectivo e exterior ao artista, José Taklyn opta pelo modelo romântico que é interior e coincidente com a vontade criativa do artista.

A conquista do espaço lírico começa numa necessidade intuitiva... Depois a obra orienta-se para a sua via solitária, libertando-se de tudo, salvo das suas leis intrínsecas.

O pintor destrói e altera os referentes figurativos e, explorando o valor do irracional, do humor e do acaso, inicia uma pesquisa formal, tendente a reduzir a SINAIS o que quer que reste de naturalidade e identidade desses elementos. Sempre segundo uma linha de força: meditação e espontaneidade.

O quadro é um lugar de experiências e de soluções transitórias. A arte viva é antes de tudo aberta, móvel, desconfiada das suas próprias qualidades e atractivos.

Através desta espécie de transfiguração surgem outras formas e outros sentidos que se tornam modelos de si mesmos. Recriar o desconhecido e revelá-lo é afinal o objectivo do pintor.

O quadro constrói-se assim como um objecto enigmático, resultado intencional de uma investigação introspectiva e solitária.

A obra realiza-se numa tensão construção/destruição de que resulta o seu dramatismo. Tudo ameaça ruir mas tudo ressurge com a energia do que sobrevive, numa interrogação constitutiva de uma realidade estável e ambígua desocultando um mundo em que o humano apenas deixa as suas marcas; vestígios que revelam a condição precária do Homem, a sua consciência dividida e a busca de unidade que lhe subjaz.

Um rumor atravessa estas pinturas, o sopro de uma frase não dita, um apelo inarticulado&ldots; É como uma poesia na sua totalidade fascinante e paradoxal que a pintura de José Taklyn deve ser entendida e interpretada.

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