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quarta-feira, outubro 05, 2011

ESCRITORES BRASILEIROS -AUGUSTO DOS ANJOS

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Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos (1884-1914) nasceu na Paraíba, estudou direito em Recife e viveu no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Exerceu a profissão de advogado, promotor e professor de literatura.

Como poeta, sua obra é de grande originalidade. Considerado por alguns como poeta simbolista. Augusto dos Anjos apresenta na verdade uma experiência única na literatura universal: a união do simbolismo com o cientificismo naturalista. Por isso, dado o caráter sincrético de sua poesia, convém situá-lo entre o grupo pré-modernista.

Os poemas de sua única obra, Eu (1912), chocam pela agressividade do vocabulário e pela visão dramaticamente angustiante da matéria, da vida e do cosmos. Integram a linguagem termos até então considerados antipoéticos, como escarro, verme, germe, etc. Os temas, igualmente, são inquietantes: a prostituta, as substâncias químicas que compõem o corpo humano, a decrepitude dos cadáveres, os vermes, o sêmen, etc.

Além dessa "camada científica" de sua poesia, verifica-se, por outro lado, a dor de ser dos simbolistas, a poesia de anseios e angústias, existenciais, provável influência do pessimismo do filosofo alemão Arthur Schopenhauer.

Para o poeta não há Deus nem esperança; há apenas supremacia da ciência. Quanto ao homem, as substâncias e energias do universo que o geraram e a matéria de que ele é feito, tudo fatalmente se arrasta para a podridão e para decomposição, para o mal e para o nada.

Em síntese, a poesia de Augusto dos Anjos é marcada pela união de duas concepções de mundo distintas: de um lado, a objetividade do átomo; de outro, a dor cósmica, que busca o sentido da existência humana.
Augusto dos Anjos, com suas poesias antilíricas, abre uma discussão sobre os conceitos de "boa poesia", preparando o terreno para a grande renovação modernista.

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