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Manifesto dos Mineiros
O Manifesto dos Mineiros foi uma carta aberta publicada em 24 de outubro de 1943, no aniversário da vitória da Revolução de 1930, por importantes nomes da intelectualidade liberal (advogados e juristas) do estado de Minas Gerais em defesa da redemocratização e do fim do Estado Novo (regime ditatorial comandado por Getúlio Vargas).
A data do manifesto é sintomática pois Minas Gerais havia feito junto com o Rio Grande do Sul e a Paraíba, a Revolução de 1930.
À época, o Brasil vivia uma contradição entre sua vida política interna e sua postura internacional: se, internamente, uma ditadura, a de Getúlio Vargas, dominava o país desde 1930, na Europa tropas brasileiras integravam-se aos Aliados para enfrentar as ditaduras nazi-fascistas de Mussolini e Hitler.
Cerrada censura impedia a pregação democrática, inexistia a liberdade de expressão, intelectuais liberais e socialistas eram encarcerados ou banidos. Foi quando um grupo de personalidades de Minas Gerais decidiu furar o bloqueio totalitário, redigindo e fazendo circular pelo país, de forma clandestina, o documento que ficou conhecido como "Manifesto dos Mineiros".
Moderado nas críticas ao governo, fundamentava-se na tradição histórica mineira e defendia uma democracia de cunho social e não apenas político. O regime ainda estava forte e não foi efetivamente abalado pelo manifesto, mas ele se constituiu numa referência do processo de redemocratização desencadeado, em janeiro de 1945, com a exigência feita no Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores de um governo eleito por "sufrágio universal, direto e secreto", e a divulgação da entrevista de José Américo de Almeida e de Carlos Lacerda, pedidndo eleições presidenciais e discordando de uma possível candidatura de Getúlio Vargas..
Finalmente publicado em jornal, resultou em prisões, demissões de cargos públicos e todo tipo de perseguição contra seus signatários. Foi, contudo, o primeiro gesto libertário, que deu início à reação nacional, culminando com a derrubada do regime ditatorial no Brasil, em 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial.
Entre os seus 92 signatários, estavam incluídos: Adauto Lúcio Cardoso, Adolfo Bergamini, Afonso Arinos de Melo Franco, Afonso Pena Júnior, Alaor Prata, Alberto Deodato, Álvaro Mendes Pimentel, Antônio Neder, Artur Bernardes, Caio Mário da Silva Pereira, Carlos Horta Pereira, Daniel de Carvalho, Dario de Almeida Magalhães, Edgar da Matta Machado, Francisco Mendes Pimentel, João Franzen de Lima, José de Magalhães Pinto, Mário Brant, Miguel Mauricio da Rocha, Milton Campos, Odilon Duarte Braga, Olavo Bilac Pinto, Paulo Pinheiro Chagas, Pedro Aleixo, Pedro Nava, Tristão da Cunha e Virgílio Alvim de Melo Franco.
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