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Chama-se República Juliana o Estado proclamado em Santa Catarina a 22 de julho de 1839 e que perdurou até 15 de novembro de 1839. Foi uma extensão da Revolução Farroupilha, que ocorria na vizinha província do Rio Grande do Sul, onde havia sido proclamada a República Rio-Grandense.
A República Juliana, proclamada por Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi, formou com a República Riograndense uma confederação. Mas a nova república durou apenas quatro meses: sem condições de expandir-se pela então província de Santa Catarina, e sem conquistar Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), sede provincial do governo imperial, em novembro do mesmo ano propiciaram-se condições para que as forças do Império retomassem Laguna, cidade que sediou o governo republicano. No planalto, Lages aderiu à revolução, mas submeteu-se no começo de 1840.
[editar] A Tomada de Laguna
A 14 de Julho de 1839, duas embarcações farroupilhas saídos da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, rumaram a Laguna, sob o comando geral de David Canabarro. O Seival era comandado pelo inglês John Griggs, conhecido como "João Grandão", e o Farroupilha por Giuseppe Garibaldi. Na costa de Santa Catarina, próximo ao Rio Araranguá, uma tempestade pôs a pique o Farroupilha, salvando-se uns poucos farrapos, entre eles o próprio Garibaldi.
Finalmente atacaram por terra, com as forças de Canabarro, e por água. Entrando em Laguna através da Lagoa Garopaba do Sul, cruzando a Barra do Camacho, passando pelo Rio Tubarão e atacando Laguna por trás, surpreendendo os imperiais que esperavam um ataque de Garibaldi pela barra de Laguna e não pela lagoa. Garibaldi com o Seival, tomou Laguna, com ajuda do próprio povo lagunense, a 22 de Julho de 1839. Já que não havia contiguidade territorial de Laguna com a República Rio-Grandense, a 29 de julho de 1839 proclama-se a República Juliana, para a preservação do porto em mãos republicanas.
O nome "Juliana" refere-se ao mês da proclamação.
[editar] O fim da República
Os farroupilhas preparavam um ataque à ilha do Desterro, hoje Florianópolis, mas as forças imperiais contra-atacaram de surpresa, com força total. A frota da República, preparando-se para a invasão de Desterro, foi descoberta na foz do Rio Maciambu e destruída.
Comandados pelo General Andréa, por terra mais de 3.000 homens, e por mar, com uma frota de 13 navios, melhor equipados e experientes, retomam Laguna a 15 de Novembro de 1839, expulsando os revolucionários.
Terminou assim a República Juliana, porém a República Riograndense, confederada a esta, durou até 1 de março de 1845, quando é celebrada a paz pelo tratado de Ponche Verde, e a república integra-se ao Império do Brasil.
No Museu Anita Garibaldi, em Laguna, está exposta uma Nota Promissória de vultosa quantia para a época, assinada pela República Juliana em favor da República Rio-Grandense. Ao lado constam os seguintes dizeres: "A República Catarinense já nasceu devendo."
Em 1845, a província de Santa Catarina, já inteiramente pacificada, recebeu a visita do imperador D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina.
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