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domingo, setembro 23, 2007

preliminares

Juvenal


O Juvenal tava desempregado há meses. Com a resistência que só os
Brasileiros tem, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma

Entrevista. Ao chegar no escritório, o entrevistador observou que o
Candidato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe
Perguntou:

- Qual foi seu último salário?

- "Salário mínimo", respondeu Juvenal.


- Pois se o Sr. For contratado ganhará 10 mil dólares por mês!

- Jura?

- Que carro o Sr. Tem?

- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e
Um carrinho de mão!


- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma
BMW para sua esposa! Tudo zero!

- Jura?

- O senhor viaja muito para o exterior?

- O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns parentes...


- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano,
Para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.

- Jura?

- E lhe digo mais... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora

Porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido.

Se até amanhã (sexta-feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um
Telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira.



Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a
Meia-noite da sexta-feira e rezar para que não aparecesse nenhum
Maldito telegrama.

Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e

Contou as boas novas.

Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa a base de
Muita música.

Sexta de tarde já tinha um barril de choop aberto. As 9 horas da noite
A festa fervia.


A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta. Dez horas, e a
Mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero.

A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pra perto do Juvenal.



E a banda tocava!

E o choop gelado rolava!

O povo dançava!

Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro.

Gastaria horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do
Primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio

Boba, meio assustada.

Onze horas e cinqüenta e cinco minutos........

Vira na esquina buzinando feito louco uma motoca amarela...

Era do Correio!

A festa parou!

A banda calou!


A tuba engasgou!

Um bêbado arrotou!

Uma velha peidou!

Um cachorro uivou!

Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?

- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.


-Jogaram água na churrasqueira!

O chopp esquentou!

A mulher do Juvenal desmaiou!

A motoca parou!

- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?

- Si, si, sim, so, so, sou eu...


A multidão não resistiu...

- OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!

- Telegrama para o senhor...

Juvenal não acreditava...

Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou

Para todos.

Silêncio total.

Respirou fundo e abriu o telegrama.

Uma lágrima rolou, molhando o telegrama..

Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.

Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.


O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava.- E agora?

Quem vai pagar essa festa toda?

Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o
Povo que o encarava...


Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou
A gritar eufórico, NUMA ALEGRIA SÓ.

- Mamãe morreeeeuuu!
Graças a DEUS, Mamãe Morreeeeuuu!!!!!!!

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