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sexta-feira, julho 04, 2008

A 4 DE jULHO, nasceu GIUSEPPE GARIBALDI

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Giuseppe Garibaldi

Giuseppe Garibaldi (Nizza, 4 de julho de 1807 — Caprera, 2 de junho de 1882) foi um guerrilheiro italiano, alcunhado de "herói de dois mundos" devido a sua participação em conflitos na Europa e na América do Sul. Uma das mais notáveis figuras da unificação italiana, ao lado de Giuseppe Mazzini e do Conde de Cavour, Garibaldi dedicou sua vida à luta contra a tirania. Nasceu em Nizza (hoje Nice, na França) então parte do reino de Sardenha-Piemonte.

De marinheiro a exilado
Giuseppe Garibaldi passou dez anos de sua vida a bordo de navios mercantes, seguindo os passos de seu pai, um marinheiro genovês, e com o tempo chegou a obter licença de capitão. Mas seus desejos de aventura não permitiram que seguisse essa carreira.

Seduzido pelas idéias socialistas, de Henri Saint-Simon, entrou em contato com a sociedade secreta Jovem Itália, fundada por Giuseppe Mazzini. Mazzini era republicano e ardoroso defensor da unidade italiana, que esperava alcançar por meio de um levante popular.

Garibaldi abandonou o mar para participar desta luta. Tomou parte da insurreição de Gênova, que fracassou. Condenado à morte, refugiou-se em Marselha e, em 1835, fugiu para o Rio de Janeiro. Com 28 anos iniciava seu primeiro exílio.


Brasil
No Brasil, aproximou-se dos republicanos que haviam proclamado a República Riograndense (11 de setembro de 1835), no Rio Grande do Sul e tornou-se uma figura importante na Guerra dos Farrapos, ou Revolução Farroupillha, na qual os republicanos do sul combateram o Império do Brasil. Ao lado do general Davi Canabarro, tomou o porto de Laguna, em Santa Catarina, onde foi proclamada a República Catarinense (República Juliana). A marinha da jovem República Riograndense estava bloqueada na lagoa dos Patos, pois as forças imperiais dominavam a cidade de Rio Grande, na saída da lagoa para o mar. Para levar as forças republicanas até a cidade de Laguna, Garibaldi levou seus dois barcos através de um trecho de 86 quilômetros de terra, utilizando enormes carretas puxadas por duzentos bois. Em Laguna, Garibaldi conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida depois como Anita Garibaldi com quem se casaria e que se tornaria sua companheira de lutas na América do Sul e depois na Itália. Quando, após quase uma década de luta, ficou evidente que a República Riograndense estava condenada a desaparecer, o presidente Bento Gonçalves da Silva dispensou Garibaldi de suas funções, e ele então mudou-se para Montevidéu, no Uruguai, com Anita e seu filho Menotti, nascido em Mostardas, no litoral sul do estado do Rio Grande do Sul.

“Eu vi corpos de tropas mais numerosas, batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que os da bela cavalaria rio-grandense, em cujas fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações.
Quantas vezes fui tentado a patentear ao mundo os feitos assombrosos que vi realizar por essa viril e destemida gente, que sustentou, por mais de nove anos contra um poderoso império, a mais encarniçada e gloriosa luta!”


— Garibaldi[1]


Uruguai
No Uruguai, em 1842, na Guerra Grande, foi nomeado capitão da frota uruguaia em sua luta contra o governador de Buenos Aires, Juan Manuel de Rosas. No ano seguinte, durante a defesa de Montevidéu, organizou a Legião Italiana, cujos membros foram os primeiros “camisas vermelhas”. A Legião foi essencial para evitar a tomada de Montevidéu pelas tropas do presidente uruguaio Manuel Oribe, . No Uruguai nasceram os outros filhos do casal: Rosa, Teresa e Ricciotti. Rosa faleceu aos dois anos de idade por asfixia, por causa de uma infecção na garganta.


Retorno à Itália

Ataque francês à República Romana em 1849.Garibaldi regressou à Itália em 1848 para lutar na Lombardia contra o exército austríaco e iniciar a luta pela unificação italiana. Sua tentativa de expulsar os austríacos fracassou e teve que refugiar-se primeiro na Suíça e depois em Nice, atualmente na França. Ao final de 1848, o papa Pio IX, temendo as forças liberais, abandonou Roma, para onde foi Garibaldi junto com um grupo de voluntários. Em fevereiro de 1849 foi eleito deputado republicano na assembléia constituinte da recém-proclamada República Romana. Em abril, enfrentou um exército francês que tentava restabelecer a autoridade papal. Em maio, um exército napolitano juntou-se aos franceses.


A fuga de Roma e a morte de Anita

Garibaldi e Anita, ferida, fogem de San Marino, 1849 (quadro de anônimo, século XIX)Ainda que não tivesse opção alguma para evitar a queda de Roma, sua luta se converteu em uma das mais épicas passagens do Risorgimento. Em 1º de julho Roma finalmente caiu. Quando a assembléia da República Romana decretou o fim da luta frente aos franceses, Garibaldi recusou o salvo-conduto que foi oferecido a ele e a sua família pelo embaixador americano, e preferiu continuar a luta:

A sorte, que hoje nos traiu, sorrirá para nós amanhã. Estou saindo de Roma. Aqueles que quiserem continuar a guerra contra o estrangeiro, venham comigo. Não ofereço pagamento, quartel ou comida. Ofereço somente fome, sede, marchas forçadas, batalhas e morte. Os que amam este país com seu coração, e não com seus lábios apenas, sigam-me.

— Garibaldi[2])

Seguiram-lhe 3.900 soldados (800 deles a cavalo). À sua caça, três exércitos (franceses, espanhóis e napolitanos) com 40 mil soldados. Ao norte lhe esperava o exército austríaco com quinze mil soldados. Na fuga, sua esposa Anita Garibaldi, conhecida com a "Heroína dos Dois Mundos", faleceu em 4 de agosto de 1849, em Mandriole, na Itália. Anita está enterrada no Janículo em Roma, onde há um monumento em sua homenagem.


] O segundo exílio
Condenado pela segunda vez ao exílio, em 1849, residiu em Tânger, Staten Island (Nova Iorque) e Peru, onde exerceu outra vez seu ofício de capitão de navio mercante.


A segunda Guerra da Independência
Garibaldi voltou à Itália em 1854. Em 1859, participou da Segunda Guerra de Independência. Cavour, primeiro ministro sardo-piemontês, o nomeou comandante das forças sardo-piemontesas em luta contra os austríacos na Lombardia. Venceu, com seu regimento de 3.000 homens conhecido como os Caçadores dos Alpes (Cacciatori delle Alpi), em Varese e em Como, ambas em maio de 1859, e entrou em Bréscia no mês seguinte, com o que a Lombardia foi anexada ao Reino da Sardenha.


A conquista da Sicília
Ver artigo principal: Expedição dos Mil
Conseguida a unificação do norte do país, Garibaldi voltou sua atenção à Itália central. Vítor Emanuel II, rei sardo-piemontês, em principio deu o apoio a um ataque contra os territórios papais, mas à última hora o obrigou a abandonar o projeto. Garibaldi aceitou a decisão e se manteve fiel, porém a cessão de Nice e Savóia à França por parte de Cavour e Vítor Emanuel lhe pareceu um ato de traição e decidiu atuar por sua conta. Como ao norte um acordo era impossível, em 5 de maio de 1860 Garibaldi deixou o porto de Gênova com mil soldados (os “camisas vermelhas”), na chamada Expedição dos Mil para iniciar a luta pela libertação do sul da Itália. Conquistou então a Sicília e, em setembro, o Reino de Nápoles. A luta terminaria em 26 de outubro de 1860 quando Garibaldi, então governante absoluto do sul da Itália, promoveu, em Teano, nas proximidades de Nápoles, o encontro de suas tropas com as do rei Vítor Emanuel II, do Piemonte, que foi saudado por Garibaldi como Rei da Itália. No dia 7 de novembro Garibaldi e o rei entraram cavalgando lado a lado em Nápoles. Em 1861, Vítor Emanuel II foi coroado como primeiro rei da Itália unificada, embora Roma ainda não estivesse em seus domínios.


O retiro do herói
Garibaldi então recusou o título de nobreza e a pensão vitalícia que o rei lhe ofereceu e retira-se para sua pequena casa na ilha de Caprera. Ele, porém, não considerava terminada sua missão, pois Roma continuava fora do Reino de Itália.


A Terceira Guerra da Independência Italiana
Ver artigo principal: Guerra Austro-prussiana
Em 1866, Garibaldi voltou à luta, para libertar Veneza, ainda sob domínio austríaco.


O telegrama de Garibaldi: "Obedeço"No início da terceira guerra de independência foi reorganizado o corpo voluntário denominado Corpo Voluntário Italiano, também desta vez sob comando de Garibaldi, a missão era similar àquela conduzida entre os lagos lombardos em 1848 e 1859: agir em uma zona de operações secundária, os pré-Alpes entre Bréscia e o Trentino, a oeste do Lago de Garda, com o importante objetivo estratégico de cortar a via entre o Tirol e a fortaleza austríaca de Verona. Isto teria deixado aos austríacos a única via do Tarvisio para as próprias forças e entre Mântua e Údine. A ação estratégica principal era, em vez disso, dada aos grandes exércitos da planície, confiados a La Marmora e a Cialdini.

Garibaldi operou inicialmente em cobertura de Bréscia, para depois passar decisivamente à ofensiva a Ponte Caffaro em 25 de junho, em 3 de julho em Monte Suello obrigou os austríacos à retirada, mas teve uma ferida na coxa por um golpe errôneo de um de seus voluntários. Abriu-se, com a vitória na batalha de Bezzecca e Cimego em 21 de julho, a estrada a Riva del Garda e assim a iminente ocupação da cidade de Trento. Porém a assinatura do armistício de Cormons fez Garibaldi parar. Nessa ocasião, recebeu a notícia do armistício e a ordem de abandonar o território já ocupado. Respondeu telegraficamente "Obbedisco" ("Obedeço"), palavra que sucessivamente tornou motto do Risorgimento italiano e símbolo da disciplina e dedicação de Garibaldi. O Trentino só se tornaria território italiano após a Primeira Guerra Mundial, mais de sessenta anos depois

Nova tentativa de tomar Roma
Em 1869, realizou novo ataque aos Estados Pontifícios, na tentativa de livrá-los do domínio do Papa. Em 3 de novembro suas tropas encontram-se com as de Napoleão III que veio em defesa do Papa. A invasão fracassou e 1600 de seus voluntários foram presos.


[ Em defesa da França
Em 1870 lutou em sua última campanha. Embora os franceses fossem seus inimigos no passado, lutou ao lado deles na guerra Franco-prussiana, (1870-1871). Conduziu um exército de voluntários em apoio ao exército da nova França republicana (batalha de Digione). Após a derrota francesa no conflito, em 1871 Garibaldi foi eleito deputado à nova Assembléia Nacional Francesa na lista dos republicanos radicais, como deputado da Côte-d'Or, Paris, Algeri e, naturalmente, sua cidade natal Nice: esta quádrupla eleição foi, porém, invalidada pela Assembléia.

Oficialmente o motivo foi sua posição contrária aos interesses franceses ao opor-se à anexação de Nice, realisticamente foi por medo da popularidade do herói "socialista": a mesma assembléia, por outro lado, estaria logo ocupada da repressão à Comuna de Paris. A oposição da Assembléia contra Garibaldi levou à demissão outro deputado ilustre: Victor Hugo.


Morte
Em 2 de junho de 1882, aos 74 anos, Giuseppe Garibaldi morreu em sua casinha na ilha de Caprera, onde está enterrado.

Legado
A vida de Garibaldi, dedicada à luta pela libertação de seu país do domínio estrangeiro, levou seu nome ao reconhecimento na Itália e no mundo. Cinco navios da marinha italiana receberam seu nome, entre eles um cruzador na Segunda Guerra Mundial e o porta-aviões Giuseppe Garibaldi. Estátuas com sua figura existem em muitas praças na Itália e em outros países ao redor do mundo. Na Itália seu nome foi dado a praças e ruas em mais de 5000 comunas. No Brasil, o município de Garibaldi tem esse nome em homenagem ao herói italiano.

Na cidade de Tramandaí, no litoral norte do Rio Grande do Sul, a Ponte Guiseppe Garibaldi passa sobre um dos rios que o herói italiano utilizou para chegar até Laguna, onde proclamou a República Juliana

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