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domingo, julho 27, 2008

JOÃO UBALDO FERREIRA vence PRÉMIO CAMÕES

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O NOSSO BLOG APLAUDE
UM GRANDE ESCRITOR

Escritor brasileiro é o 20º distinguido com o galardão
Prémio Camões atribuído a João Ubaldo Ribeiro

O escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro foi o eleito pelo júri da 20ª edição do Prémio Camões, o mais importante galardão atribuído a autores de língua portuguesa.

Autor de romances como “Sargento Getúlio”, “Viva o Povo Brasileiro" ou o mais recente “A Casa dos Budas Ditosos”, Ubaldo Ribeiro estendeu a sua produção literária aos contos infantis, ensaio, traduções e adaptações para cinema e televisão, a que se juntam as crónicas na imprensa brasileira.

O presidente do júri Ruy Espinheira Filho justificou a atribuição do galardão com "alto nível da obra literária" do escritor baiano, "especialmente densa das culturas portuguesa, africanas e dos habitantes originais do Brasil".

Espinheira Filho explicou que, sem trair "o espírito" do prémio, o júri da 20 ª edição "decidiu que centraria a sua discussão em escritores brasileiros". "Esses é que foram trazidos para análise no concurso de hoje", adiantou o jornalista e escritor, sem revelar os outros nomes da lista.

"Não foi fácil a decisão. Todos os candidatos discutidos eram à altura do prémio", reconheceu, sublinhando, porém, que João Ubaldo Ribeiro foi escolhido com uma "maioria significativa".

Instituído pelos governos português e brasileiro em 1988, o Prémio Camões distingue, anualmente, um autor que, pelo conjunto da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua portuguesa.

Miguel Torga foi o primeiro autor distinguido, em 1989, e desde então o galardão foi atribuído a nove portugueses - Lobo Antunes foi o vencedor da última edição - oito brasileiros, dois angolanos e um moçambicano.

Jornalismo, romances e adaptações no currículo

Nascido em 1941 na Ilha de Itaparica, Baía, e depois de uma infância marcada pelos estudos literários orientados pelo pai, João Ubaldo Ribeiro estreia-se aos 16 anos como jornalista no “Jornal da Baía”, ainda antes de ingressar no curso de Direito, licenciando-se numa profissão que nunca chegará a exercer.

Na universidade, toma parte nos movimentos literários estudantis, mas só em 1963 escreve o seu primeiro romance “Setembro não Faz Sentido” (já depois de ter assinado vários contos), livro que será editado dois anos depois, com o patrocínio de Jorge Amado. Seguem-se “Sargento Getúlio” (1971), obra que lhe valerá a atenção da crítica e que viria a ser editado nos EUA oito anos depois.

Em 1984, já depois de uma residência literária em Lisboa, graças a uma bolsa concedida pela Gulbenkian, Ubaldo Ribeiro publica o romance “Viva o povo brasileiro”, passado na ilha natal de Itaparica e através do qual desfia quatro séculos da história do Brasil.

No final da década, estreia “O Sorriso do Lagarto”, que como várias das suas obras é adaptada nos anos seguintes para formato televisivo ("Sargento Getúlio" chega mesmo ao cinema, em 1983, numa realização de Hermano Penna).

Em 1996, foi responsável pela adaptação para o cinema do romance de Jorge Amado "Tieta do Agreste", e três anos depois publica “A Casa dos Budas Ditosos”, que obtém enorme sucesso de vendas e é rapidamente traduzido para várias línguas. Em Portugal, a polémica instala-se depois de duas cadeias de supermercados terem decidido proibir a venda do livro nos seus espaços, dado o seu conteúdo erótico, incidente que acabou por contribuir para o aumento das vendas do romance.

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