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quarta-feira, março 29, 2006

BENFICA EMPATA COM BARÇA para a liga milionária

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ONZE BRASILEIROS E UM LUSO-BRASILEIRO ENVOLVIDOS NUM GRANDE JOGO

7 PELO BENFICA
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Moretto GR
Luisão DC
Anderson DC
Léo LE
Beto
Marcel AV
Giovani

4 do BARÇA

Belletti LD
Motta DC
Ronaldinho AE
Sylvinho LE
Liga dos Campeões » Benfica 0 - Barcelona 0

O brilho dos novos heróis
Com uma segunda parte de grande qualidade, graças à nova dinâmica ofensiva com subsídio de Miccoli, o Benfica esteve muito perto do golo e pode continuar a alimentar o sonho das meias-finais. Rocha foi cryptonite para Ronaldinho Gaúcho - um super-herói ontem debilitado nos seus poderes galácticos
CARLOS ALBERTO FERNANDES

Foi um jogo de tremendas emoções no Estádio da Luz com uma atmosfera vibrante, só comparável à do jogo da final do Euro’2004. Receber a melhor equipa do Mundo foi motivo de celebração, sinal do renascimento competitivo do Benfica na Europa. A angústia de lidar, nestes quartos-de-final, com o virtuosismo do futebol praticado pelo Barcelona seria um outro capítulo a resolver depois do primeiro apito do árbitro. E ali tratou-se de sofrimento, de nervosismo, de alguma submissão. As estrelas do conjunto catalão estiveram quase a ofuscar as pretensões portuguesas, mas cintilou, no seu lugar, a determinação, a vontade de ganhar e alguma sorte da equipa de Koeman na etapa inicial. Na segunda parte, Miccoli entrou em campo acompanhado por uma ambição gigante, e quase acasalaram num final feliz.

Porventura, feitas as contas, o resultado agrada mais a Frank Rijkaard do que a Ronald Koeman, pela simples circunstância de se resolver a eliminatória no Camp Nou, sabendo que o Benfica terá de procurar o golo. Mas também porque se viu forçado a mexer muito na sua estrutura defensiva. Para remendar o sector (sem Puyol e Marquez), e evitando “queimar” Rodri no inferno da Luz, recuou Motta para o eixo da defesa e apostou em Iniesta a trinco. Uma solução que exigia dos criativos uma maior disponibilidade para o esforço da recuperação e do apoio à defesa. Mesmo assim, foi a ausência de uma cobertura defensiva mais sólida que o Benfica tentou aproveitar, encontrando espaço para rematar à entrada da grande-área.

O antídoto encontrado por Koeman para a criatividade espontânea do meio-campo ofensivo do Barça – essa grande arma letal -, foram marcações individuais que resultaram com grande eficácia, em particular a movida por Ricardo Rocha a Ronaldinho Gaúcho – o craque brasileiro sentiu bem o peso da sombra encarnada – e de Beto a Deco. Sabia-se que este dispositivo não resistiria a desconcentrações ou a deslizes. Estes não aconteceram, foram quase perfeitas, como o foram, uma vez mais, as actuações de Luisão e Anderson no eixo da defesa.


Moretto muito bem, muito mal, ou assim-assim?

Claro que esta história poderia ter sido muito diferente. Catastrófica, num certo sentido. Pois, ficam na retina dois erros inacreditáveis de Moretto – um pontapé que não acerta no esférico e um passe para Van Bommel dentro da grande-área. Seria a forma mais inglória de entregar o destino desta eliminatória. Mas para se falar da iminência dos golos forasteiros – em particular na primeira etapa - é preciso também referir que o guarda-redes brasileiro os evitou, quando eles pareciam inevitáveis. Muito mal e muito bem. Assim-assim, porque há demérito de Eto’o e Van Bommel em lances em zona frontal, em que não conseguiram atirar para fora do alcance do guardião. Pura felicidade, o engenho da finalização catalã falhou estrondosamente, também com contributo de Deco.

Com muito maior tempo de posse de bola na primeira parte e o peso da obrigação de vincar a superioridade que está compilada nos manuais do futebol actual, o "Barça" ofereceu à Luz relances da alquimia. Mas não completou a poção. Mesmo aos adeptos mais optimistas já havia ocorrido que poderia passar-se assim: o Benfica numa posição de maior expectativa, em contenção, procurando lançar-se rapidamente em contra-ataque. Mas faltou um mínimo de profundidade no desenvolvimento das iniciativas ofensivas até ao início da segunda parte.


Era Miccoli…

Havia um rato escondido e Robert – pouco visto no relvado – ficou nos balneários após o intervalo. Koeman deve ter exortado os seus pupilos a fazer mais pelo golo. Com Miccoli, a melhoria da dinâmica do ataque encarnado foi exponencial. A chave era a velocidade, no espaço livre deixado pela adiantada linha defensiva contrária que ensaiava sem resultados o fora-de-jogo. Miccoli colocou a evidência a permeabilidade dos catalães e insuflou na equipa a confiança num resultado ainda mais positivo. O perigo rondou a baliza de Valdés, também ele importante no nulo final. O Benfica dispôs de três ou quatro grandes ocasiões para marcar, Karagounis ajudou a serenar a equipa na construção das jogadas. Gradualmente, o Benfica equilibrara o jogo e terminou-o em superioridade, com os olhos na baliza adversária. Não conseguiu marcar, mas pode viajar para Barcelona com convicção de que tem armas para eliminar mais um gigante da Europa e passar às meias-finais.

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