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"O fio dental está para a nudez
como o subentendido está para o
consentimento"
A bunda é a mania nacional dos brasileiros, é o símbolo de Ipanema, de Copacabana e do Carnaval Carioca, e é no versejar sublime de Carlos Drummond de Andrade,"engraçada".
Pos é tudo isto e também até já foi, objecto de teses de doutoramento.
Por cá, também, por influências de nosss irmãos dos trópicos, lhe chamamos bunda e bumbum, mas traseiro, rabo, cú e peidola, são as suas denominações mais usadas entre nós.
No antigo RC e agora no Revenue, abunda sempre foi favorita entre o pessoal, que vê nela um interregno delicioso, um belo escape, para o aborrecimento da monótona visualização de outros "queues", estes muito informáticos, muito sem graça.
Muitos autores tentaram ao longo da História, sistematizar uma classificação
das bundas quanto à sua forma, sendo a tese do Prof. C.H.Pimenta, a que
maior cocordância concitou na comunidade cientifica.
Segundo este académico, as bundas podem catalogar-se por tipos, e que para ele são:
-Tipo maçã - redondinhas e duras
-Tipo pêra - finas em cima e largas em baixo
-Tipo offload - tão volumosas que não cabem na mini-saia, transbordado-a
-Tipo prateleira - con as pretoberâncias calipigias superiores mais desenvolvidas com descida abrupta .
Tipo PROS - optimizadas por efeito do "constrained" que constitui a calcinha de lycra.
-Tipo casca de laranja - com imensos buraquinhos causados pela celulite
-Tipo noshow - sem rabo algum
-Tipo gelatina - como um pudim bamboleante.
-Tipo boomerang - ossudo e metido para dentro.
Muitos outros cientistas sociais têm opinado sobre tão agradável matéria, como o cronista brasileiro ARNALDO JABÔR, que diz:
"A bunda virou um instrumento de ascenção social. Nossas meninas se cuidam desde cedo, chegando a sentar-se em penicos e cadeiras sem fundo, uns tantos minutos por dia, para arredondar as suas formas calipígeas, e obrigando-se a rebolados cada vez mais desbragados"
Já o humorista AGANEMON, acha que:
"A bunda é hoje em dia um capital"
"Há que valorizar o produto interno". "Há um nicho de mercado importante na área dos traseiros, das bundas e nádegas da ordem dos milhões de dólares"
"A bunda é uma comodity de alto valôr e tem cotação empinada em Wall Street"
"A bunda brasileira não tem competidoras, ela é criada solta, ciscando no quintal, trepando muro, rebolando na praia, no líbibo da gente. É ex-libris nacional"
A bunda não escapou também à pena de JORGE AMADO:
"A bunda é nossa amorável imperfeição. é bela, é criadora, é a raça, é a alegria"
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE não se conteve mesmo, e perante a imagem de uma bela bunda. escreveu e dedicou-lhe este admirável poema que aqui reproduzimos:
A bunda que engraçada
.
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
.
A bunda é a bunda,
rebunda.
.
Já para alguns colegas cá da casa:
"A bunda quando é bela, ela fala connosco, põe-nos a sonhar, faz-nos entrar num estranho turpor hipnótico, numa outra dimensão estelar, ela tem até legendas..."
Mas voltemos na ARNALDO JABÔR:
"Para os anglos saxões o símbolo maior são os seios. Leiteiros, alimentícios, enormes a transbodarem das páginas de revista de mulher pelada. Para nós, o bumbum, por infecundo, tem imagem mais propícia para sacanagem sem perigo"
"Muitas mulheres de bundas bonitas chegam a ter ciúmes das suas formas calipígeas"
"A mulher de bunda bonita caminha como se fosem duas"
"Ela e a sua bunda" , "Uma fala , a outra cala e todos olham.."
"A mulher de bunda bonita não tem sossego, está sempre consciente do tesouro que reboca"
"A mulher de bunda bonita, mesmo de frente, ela está sempre de costas"
A socióloga PAOLA VANESSA DIAS escreveu mesmo um estudo sobre o tema : O PODER HIPNÓTICO DOS TRASEIROS":
"..PERANTE UMA BUNDA BONITA, NENHUM HOMEM TEM CAPACIDADE PARA DELA DESPREGAR O SEU OLHAR, mesmo sob pressão vigilante e restritiva da mulher ou namorada.."
Já o antropólogo brasileiro ROBERTO DA MATTA, menciona a bunda, como denominador nacional do mais alto prestígio:
"Certamente mais integrador que a Constituição Federal e as leis trabalhistas,ela é o símbolo raiz de uma coesão interna, essa bunda lunar, estruturalmente dividida pelas suas intrigantes bochechas hemisféricas, ela é o nosso ponto de chegada e fuga"
A bunda bonita, afinal, não é indiferente a ninguém.
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