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segunda-feira, abril 17, 2006

escritores brasileiros, OSWALDO DE ANDRADE

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OSWALDO DE ANDRADE

Erro de Português

"Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português."





Oswald de Andrade (1890-1954)

OSWALD DE ANDRADE, poeta, romancista e dramaturgo, nasceu em São Paulo em 11 de janeiro de 1890. Filho de família rica, estuda na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e, em 1912, viaja para à Europa. Em Paris, entra em contato com o Futurismo e com a boemia estudantil. Além das idéias Futuristas, conhece Kamiá, mãe de Nonê, seu primeiro filho, nascido em 1914.

De volta a São Paulo faz jornalismo literário. Em 1917, passa a viver com Maria de Lourdes Olzani (ou Deise), conhece Mário de Andrade e defende a pintora Anita Malfatti de uma crítica devastadora de Monteiro Lobato. Ao lado deles, e de outros intelectuais, organiza a Semana de Arte Moderna de 1922.

Em 1924 publica, pela primeira vez, no jornal "Correio da manhã", na edição de 18 de março de 1924, o Manifesto da Poesia Pau-Brasil. No ano seguinte, após algumas alterações, o Manifesto abria o seu livro de poesias "Pau-Brasil".

Em 1926, Oswald casa-se com a Tarsila do Amaral e os dois tornam-se o casal mais importante das artes brasileiras. Apelidados carinhosamente por Mário de Andrade como "Tarsiwald", o casal funda, dois anos depois, o Movimento Antropófago e a Revista de Antropofagia, originários do Manifesto Antropófago. A principal proposta desse Movimento era que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria.

O ano de 1929 é fundamental na vida do escritor. A crise de 29 abalou as suas finanças, ele rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral e apaixona-se pela escritora comunista Patrícia Galvão (Pagu). O relacionamento com Patrícia Galvão intensifica sua atividade política e Oswald passa a militar no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Além disso, o casal funda o jornal "O Homem do Povo", que durou até 1945, quando o autor rompeu com o PCB. Do casamento com Patrícia Galvão, nasceu Rudá, seu segundo filho.

Depois de separar-se de Pagu, casou-se, em 1936, com a poetisa Julieta Bárbara. Em 1944, mais um casamento, agora com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permanece junto até a morte, em 1954.

Nenhum outro escritor do Modernismo ficou mais conhecido pelo espírito irreverente e combativo do que Oswald de Andrade. Sua atuação intelectual é considerada fundamental na cultura brasileira do início do século. A obra literária de Oswald apresenta exemplarmente as características do Modernismo da primeira fase.



A poesia de Oswald é precursora de um movimento que vai marcar a cultura brasileira na década de 60: o Concretismo. Suas idéias, ainda nessa década, reaparecem também no Tropicalismo.

Em 1929 surgem as:

"Memórias sentimentais de João Miramar" onde Oswaldo chama a atenção pela linguagem e pela montagem inédita. O romance apresenta uma técnica de composição revolucionária, se comparado aos romances tradicionais: são 163 episódios numerados e intitulados, que constituem capítulos-relâmpagos (tudo muito influenciado pela linguagem do cinema) ou, mais precisamente, como se os fragmentos estivessem dispostos num álbum, tal qual fotos que mantêm relação entre si. Cada episódio narra, com ironia e humor, um fragmento da vida de Miramar. "Recorte, colagem, montagem", resume o crítico Décio Pignatari.

Memórias sentimentais de João Miramar, publicado originalmente em 1924, com capa de Tarsila do Amaral, é a exacerbação da genialidade de Oswald de Andrade (1890-1954), um escritor que ainda hoje suscita controvérsias, pela paixão com que abraçou as causas nas quais acreditava. O filho dileto da aristocracia cafeeira paulista haveria de se transformar em sincero comunista, chegando ao final da vida sem dinheiro sequer para pagar seu tratamento de saúde. O boêmio amigo dos últimos parnasianos e decadentistas, que começou escrevendo peças em francês, se tornaria o mais radical militante da causa modernista, findando sua carreira com um painel em prosa da formação da sociedade brasileira. E isso sem falar de sua poesia e de seu teatro.

Memórias sentimentais de João Miramar, assim como grande parte da obra de Oswald de Andrade, é um romance de longa maturação. Escrito e reescrito a partir de 1915, foi sendo modificado ao longo dos nove anos que separam a primeira redação da publicação, o que mostra a seriedade com que o autor encarava a sua obra, contrariando a imagem estereotipada que ainda hoje se tem dele, de polemista inconseqüente, frasista espirituoso, "palhaço da burguesia", blagueur. Recebido com incompreensão na época, mesmo entre seus pares, agradou em cheio, no entanto, aquele que se tornaria o maior divulgador das novas idéias Brasil afora, Mário de Andrade.


No prefácio desta edição, Mário - com quem Oswald iria romper em 1929 - , em artigo publicado à época do lançamento, com sua costumeira sem-cerimônia, afirma que Oswald dá um passo além, "afinal Os condenados eram mais uma contemporização", enquanto as Memórias são "a mais alegre das destruições". E chama a atenção para a modernidade de Oswald (poderíamos falar hoje de sua contemporaneidade), que "sintético, marcante, abandona então todo pormenor, usando apenas o essencial expressivo".


Na apresentação desse livro, Haroldo de Campos aprofunda uma observação de Antonio Candido, de que Oswald inaugura o uso da técnica cinematográfica no romance brasileiro. "A prosa experimental do Oswald dos anos 20, com sua sistemática ruptura do discursivo, com a sua estrutura fraseológica sincopada e facetada em planos díspares, que se cortam e se confrontam, se interpenetram e se desdobram, não numa seqüência linear, mas como partes móveis de um grande ideograma crítico-satírico do estado social e mental de São Paulo nas primeiras décadas do século, esta prosa participa intimamente da sintaxe analógica do cinema, pelo menos de um cinema entendido à maneira einsensteiniana".


Memórias sentimentais de João Miramar é composto por 163 fragmentos, numerados e intitulados, sem necessariamente manter relação entre eles, onde, com sarcasmo, são narrados trechos da vida do protagonista, da infância aos 35 anos, onde vale menos a ação que o relato, onde prosa e poesia se confundem e se completam. Nessas memórias desfilam membros da alta aristocracia paulista, satiricamente retratados pelo espírito iconoclasta de Oswald, que nem mesmo a si poupa, já que Miramar não deixa de ser uma autocaricatura, que antecipa até mesmo as agruras financeiras futuras do autor.


Mas, para além da superfície, em que se propõe a ridicularizar um mundo que desmorona, Oswald era um artista consciente de sua importância. No capítulo final, "Entrevista entrevista", retomando o tom de deboche do texto "assinado" por Machado Penumbra, "À guisa de prefácio", João Miramar é questionado por que razão não prossegue suas "interessantíssimas memórias". O protagonista alega "razões de estado", sua viuvez, e é contestado pelo interlocutor. "A crítica vai acusá-lo e a posteridade clamar porque não continuou tão rico monumento da língua e da vida brasílicas no começo esportivo do século 20". Ao que Miramar-Oswald responde, com imensa ironia, que o livro já havia sido submetido ao "sábio" dr. Pilatos, e que este lembrou-lhe Virgílio, "apenas um pouco mais nervoso no estilo

O nosso blog inumera agora as suas principais obras :

Além dos manifestos da Poesia Pau-Brasil (1924); Manifesto Antropófago (1928), Oswald escreveu:

Poesia:

Pau-Brasil (1925);
Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927);
Cântico dos cânticos para flauta e violão (1945);
Ô escaravelho de ouro (1945).
Romance:

Os condenados (trilogia) (1922-34);
Memórias sentimentais de João Miramar (1924);
Serafim Ponte Grande (1933);
Marco Zero -a revolução melancólica (1943).
Teatro:

O homem e o cavalo (1934);
A mona (1937);
O rei da veia (1937).

::. Confira abaixo alguns poemas de Oswald de Andrade

A Descoberta
Canto de Regresso à Pátria
Pronominais
Erro de Português
O Capoeira
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Modernismo

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- Preliminares
- Momento Histórico
- Período Embrionário
- A Semana de Arte Moderna
- Os anos posteriores
- Características
- Cronologia

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