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domingo, novembro 12, 2006

cantores portugueses - JANITA SALOMÉ

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UMA DAS VOZES MAIS
BONITAS DA MÚSICA
PORTUGUESA, É A
PROPOSTA DO NOSSO
BLOG - JANITA SALOMÉ

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João Eduardo Salomé Vieira nasceu em 1947 na vila alentejana de Redondo, situada entre as fronteiras do Caia e de S. Leonardo. Janita, como ficará afectuosamente conhecido, é o mais novo dos cinco irmãos, todos eles herdeiros de uma forte tradição musical familiar. O pai, também ele cantor e tocador de bandolim, foi o grande incentivador desta sua tendência para a música, impulsionando-o para os primeiros contactos com palcos portugueses ao serviço de grupos de baile, juntamente com os irmãos mais velhos e os tios.


As primeiras experiências musicais de Janita ocorrem muito cedo, aos oito anos, e posteriormente num grupo de baile, o conjunto Planície, onde é baterista e vocalista com apenas 16 anos; depois, nos Vagabundos do Ritmo, que se dedicam a tocar versões dos êxitos românticos da altura e de nomes estrangeiros como os Beatles.


Mas Janita não havia ainda encontrado o rumo musical que desejava seguir. Esse apenas surgirá na sequência do 25 de Abril de 1974 e do seu encontro com a música de José Afonso, que o inspira a investigar e trabalhar a tradição musical popular. Depois de participar em discos do seu irmão Vitorino, que abraçara a tempo inteiro uma carreira musical, funda com ele e os restantes irmãos os Cantadores do Redondo, que se dedicam a perpetuar a tradição do cante alentejano, e, em 1980, é recrutado por Zeca Afonso para o acompanhar em palco, profissionalizando-se como músico e abandonando o seu emprego de funcionário judicial.


No mesmo ano em que se junta ao grupo de Zeca Afonso, Janita grava igulmente o seu primeiro disco em nome próprio: “Melro” (1980), onde explora já a tradição musical alentejana, fados de Coimbra e composições da sua autoria e do seu irmão Vitorino.


Em 1981 tudo se torna claro quando, durante uma estadia em França, Janita descobre a música de África árabe (Marrocos, Argélia). Está finalmente encontrada a estrela que norteará a partir daí a sua música: a procura dos laços que unem a tradição popular alentejana com a música tradicional árabe.
Será este o rumo explorado nos discos que se seguem. “A cantar ao Sol” (1983), premiado com o se7e de Ouro e distinguido com o Prémio Revelação pelas revistas Música & Som e Nova Gente, “Lavrar em Teu Peito” (1985) e “Olho de Fogo” (1987), que lhe valerá o Prémio Nova Gente de Melhor Intérprete Masculino de Música Ligeira.


Por estes três discos aclamados pela crítica, passam músicos como Pedro Caldeira Cabral, João Gil (produtor de “A Cantar ao Sol”) Júlio Pereira, Rui Júnior Carlos Zíngaro, José Peixoto ou José Mário Branco (responsável pela produção de “Olho de Fogo”).
Durante este período, Janita começa a explorar o teatro, quer compondo música para algumas produções quer surgindo inclusive como actor no grupo A Barraca. Em 1991, grava um album dedicado exclusivamente ao Fado de Coimbra, “A Cantar à Lua”, e forma com os irmâos Carlos e Vitorino e Filipa Pais os Lua Extravagante, um colectivo vocacionado para a divulgação do cante vocal alentejano que edita nesse mesmo ano um album homónimo.


“Raiano” (1994), onde Janita canta poesia de alguns grandes poetas portugueses como Manuel Alegre, Natália Correia, Manuel da Fonseca ou Carlos Mota de Oliveira, retoma o percursso de cruzamento das tradições populares portuguesas e árabe, agora sob produção de Fernando Júdice. Este disco vale-lhe o Prémio Blitz 94 para Melhor Voz Masculina.


Depois de uma longa ausência em termos de edição discográfica, Janita regressou com “Vozes do Sul”, um trabalho que representa a verdadeira celebração do canto alentejano sob todas as suas formas.
Para além de ter concebido o projecto e dirigido as gravações do album, este trabalho valeu-lhe o Prémio José Afonso 2000. Este trabalho discográfico conta com as colaborações de grupos corais e etnográficos como As Camponesas de Castro Verde, da Casa do Povo de Serpa os Ceifeiros de Pias, os Cantadores do Redondo, Bárbara Lagido, Catarina Salomé, Filipa Pais, Marta Salomé, Patrícia Salomé e Vitorino e ainda com a participação especial de músicos dos Corvos e dos Gaiteiros de Lisboa.

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