contador de visitas

free web counter

sexta-feira, março 23, 2007

23 de Março, nasceu o DUQUE DE CAXIAS

.
Luís Alves de Lima e Silva

Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, (Porto da Estrela, 25 de agosto de 1803 — Desengano, 7 de maio de 1880) foi um dos mais importantes militares da história do Brasil.


Nascimento e infância
Nasceu na fazenda São Paulo, situada na vila de Porto da Estrela, hoje Parque Histórico Duque de Caxias, no município fluminense de Duque de Caxias. Era filho do marechal-de-campo Francisco de Lima e Silva e de Dona Mariana Cândida de Oliveira Belo. Ao seu pai, veador da Imperatriz Leopoldina, coube a honra de apresentar em seus braços à Corte, no dia 2 de dezembro de 1825, no Paço de São Cristóvão, o recém-nascido que, mais tarde, viria a ser o Imperador Dom Pedro II. Neto do Marechal-de-Campo e Comendador da Ordem de Aviz, José Joaquim de Lima e Silva e Joana Maria da Fonseca Costa e bisneto do Sargento-Mor de Infantaria João da Silva da Fonseca Lima e de Isabel Maria Josefa Brandão Ivo - que, segundo dizem, era descendente de um irmão do glorioso Santo Ivo, canonizado pelo Papa Clemente VII no ano de 1348, membro de uma das primeiras famílias da Bretanha, em França.

Pouco se sabe da infância de Caxias. Pelos almanaques do Rio de Janeiro da época e publicados pela revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, os quais davam o nome das ruas em que moravam as autoridades governamentais, sabe-se que seu pai, desde capitão, em 1811, residia na rua das Violas, actual rua Teófilo Otoni. Esta rua das Violas, onde existiam fabricantes de violas e violões e onde se reuniam trovadores e compositores, foi o cenário principal da infância de Caxias.

Sabe-se que estudou no convento São Joaquim, onde hoje se localiza o Colégio Dom Pedro II, e próximo do quartel do Campo de Santana que viu ser construído e que hoje é o Palácio Duque de Caxias, onde está instalado o Comando Militar do Leste.


Ingresso na vida militar
Em 1818, aos quinze anos de idade, matriculou-se na Academia Real Militar, de onde foi promovido a Tenente, em 1821, para servir no primeiro batalhão de fuzileiros, unidade de elite do Exército do Rei.

O retorno da família real e as conseqüências que daí advieram, concorreram para almejada emancipação do país. Dom Pedro I proclama a independência do Brasil e organiza, ele próprio, em outubro de 1822, no Campo de Sant'Ana, a Imperial Guarda de Honra e o Batalhão do Imperador, integrado por oitocentos guapos militares, tipos atléticos e oficiais de valor excepcional, escolhidos da tropa estendida à sua frente. Coube ao tenente Luís Alves de Lima e Silva receber, na Capela Imperial, a 10 de novembro de 1822, das mãos do Imperador Dom Pedro I, a bandeira do Império recém-criada.


Carreira militar

No dia 3 de junho de 1823, o jovem militar tem seu batismo de fogo, quando o Batalhão do Imperador foi destacado para a Bahia, onde pacificaria movimento contra a independência comandando pelo General Madeira de Melo. No retorno dessa campanha, recebeu o título que mais prezou durante a sua vida - o de Veterano da Independência.

Em 1825 iniciou-se a campanha da Cisplatina e o então Capitão Luís Alves desloca-se para os pampas, junto com o Batalhão do Imperador. Sua bravura e competência como comandante e líder o fazem merecedor de várias condecorações e comandos sucessivos, retornando da campanha no posto de Major.

A 6 de janeiro de 1833, no Rio de Janeiro, o major Luís Alves casava-se com Ana Luísa de Loreto Carneiro Viana que contava, na época, com dezesseis anos de idade.

Em 1837, já promovido a tenente-coronel, Caxias é escolhido "por seus descortino administrativo e elevado espírito disciplinador" para pacificar a província do Maranhão, onde havia iniciado o movimento da Balaiada.

Em 2 de dezembro de 1839 é promovido a coronel e, por Carta Imperial, nomeado presidente da província do Maranhão e Comandante Geral das forças em operações, para que as providências civis e militares emanassem de uma única autoridade.

Em agosto de 1840, mercê de seus feitos em campo de batalha, Caxias foi nomeado veador de suas altezas imperiais.


Em 18 de julho de 1841, em atenção aos serviços prestados na pacificação do Maranhão, foi-lhe conferido o título nobiliárquico de barão de Caxias. Por que Caxias? O município maranhense de Caxias era a segunda cidade do Maranhão em importância e simbolizava a revolução subjugada. Conhecida como Princesa do Itapicuru, a cidade de Caxias havia sido, mais que outras, afligida dos horrores da guerra: tomada e retomada pelas forças imperiais e pelos rebeldes várias vezes, foi quase ali que a insurreição começou, ali que se encarniçou tremenda; ali que o Coronel Luís Alves de Lima e Silva entrou, expedindo a última intimação aos sediciosos para que depusessem as armas. O título de Caxias significava, portanto, disciplina, administração, vitória, justiça, igualdade e glória, segundo seu biógrafo Padre Joaquim Pinto de Campos.

Em 1841, Caxias é promovido a brigadeiro e, em seguida, eleito unanimamente deputado à assembléia legislativa pela província do Maranhão e, já em março de 1842, é investido no cargo de Comandante das Armas da Corte.

Em maio de 1842 iniciava-se um levante na província de São Paulo, suscitado pelo Partido Liberal. Dom Pedro II, com receio que esse movimento, alastrando-se, viesse fundir-se com a revolta farroupilha que se desenvolvia no sul do império, resolve chamar Caxias para pacificar a região. Assim, o brigadeiro Lima e Silva é nomeado comandante-chefe das forças em operações da província de São Paulo e, ainda, seu vice-presidente.


Cumprida a missão em pouco mais de um mês, o governo, temeroso que a revolta envolvesse a província das Minas Gerais, nomeia Caxias comandante do exército pacificador naquela região, ainda no ano de 1842. Já no início do mês de setembro a revolta estava abafada e a província pacificada.

No dia 30 de julho de 1842, "pelos relevantes serviços prestados nas províncias de São Paulo e Minas", é promovido ao posto de marechal-de-campo graduado, quando não contava sequer quarenta anos de idade.

Ainda grassava no sul a Guerra dos Farrapos. Mais de dez presidentes de província e generais se haviam sucedido desde o início da luta, sempre sem êxito. Mister de sua capacidade administrativa, técnico-militar e pacificadora, o governo imperial nomeou-o, em 1842, comandante-chefe do Exército em operações e presidente da província do Rio Grande do Sul.


Mesmo com carta branca para agir contra os revoltosos, marcou sua presença pela simplicidade, humanidade e altruísmo com que conduzia suas ações. Assim ocorreu quando da captura de dez chefes rebeldes aprisionados no combate de Santa Luzia onde, sem arrogância, com urbanidade e nobreza, dirigiu-se a eles dizendo: "Meus senhores, isso são conseqüências do movimento, mas podem contar comigo para quanto estiver ao meu alcance, exceto para soltá-los."

Os chefes revolucionários passaram a entender-se com o Marechal Barão de Caxias, em busca da ambicionada paz. E em 1 de março de 1845 é assinada a paz de Ponche Verde, dando fim à Revolução Farroupilha.

É então proclamado não só Conselheiro da Paz, como também "O Pacificador do Brasil".

Em 1845 Caxias é efectivado no posto de marechal-de-campo e é elevado a conde. Em seguida, mesmo sem ter se apresentado como candidato, teve a satisfação de ter seu nome indicado pela província que pacificara há pouco, para senador do império. Em 1847 assume efetivamente a cadeira de senador pela província do Rio Grande do Sul.

A aproximação das chamas de uma nova guerra na fronteira sul do Império acabaram por exigir a presença de Caxias, novamente, no Rio Grande do Sul e em junho de 1851 foi nomeado presidente da província e comandante-chefe do Exército do Sul, ainda não organizado. Essa era a sua principal missão: preparar o Império para uma luta nas fronteiras dos pampas gaúchos.


Assim, em 5 de setembro de 1851 Caxias adentra o Uruguai, batendo as tropas de presidente uruguaio Manuel Oribe, diminuindo as tensões que existiam naquela parte da fronteira.

Em 1852, é promovido ao posto de tenente-general e recebe a elevação ao título Marquês de Caxias.

Em 1853, uma carta imperial confere-lhe a carta de conselho, dando-lhe o direito de tomar parte directa na elevada administração do Estado e em 1855 é investido do cargo de ministro da guerra.

Em 1857, por moléstia do Marquês de Paraná, assume a presidência do Conselho de Ministros do Império, cargo que voltaria a ocupar, em 1861, cumulativamente com o de ministro da guerra.

Em 1862 foi graduado marechal-do-exército, assumindo novamente a função de senador no ano de 1863.


A Guerra do Paraguai

Em 1865 inicia-se a Guerra da Tríplice Aliança, reunindo Brasil, Argentina e Uruguai contra as forças paraguaias de Solano López.

Em 1866, Caxias é nomeado comandante-chefe das forças do império em operações contra o Paraguai, mesma época em que é efetivado marechal-do-exército. Cabe destacar que, comprovando o seu elevado descortínio de chefe militar, Caxias utiliza, pela primeira vez no continente americano, a aeroestação (balão) em operações militares, para fazer a vigilância e obter informações sobre a área de operações.


O tino militar de Caxias atinge seu ápice nas batalhas dessa campanha. Sua determinação ao marechal Alexandre Gomes Argolo Ferrão para que fosse construída a famosa estrada do Grão-Chaco, permitindo que as forças brasileiras executassem a célebre marcha de flanco através do chaco paraguaio imortalizou seu nome na literatura militar. Da mesma forma, sua liderança atinge a plenitude no seu esforço para concitar seus homens à luta na travessia da ponte sobre o arroio Itororó - "Sigam-me os que forem brasileiros".

Caxias só deu por finda sua jornada ao ser tomada a cidade de Assunção, capital do Paraguai, a 1 de janeiro de 1869.

Em 1869, Caxias tem seu título nobiliárquico elevado a duque, mercê de seus relevantes serviços prestados na guerra contra o Paraguai. Eis aí um fato inédito, pois Caxias foi o único Duque do Império do Brasil.


Pós-guerra
Em 1875, pela terceira vez, é nomeado Ministro da Guerra e presidente do Conselho de Ministros.

Caxias ainda participaria de fatos marcantes da história do Brasil, como a "Questão Religiosa", o afastamento de Dom Pedro II e a regência da Princesa Isabel. Já com idade avançada, Caxias resolve retirar-se para sua terra natal, a província do Rio de Janeiro, na Fazenda Santa Mônica, na estação ferroviária do "Desengano", hoje Juparanã, município de Valença.


A morte

No dia 7 de maio de 1880, às 20 horas e 30 minutos, morre o Duque de Caxias.

No dia seguinte, chegava, em trem especial, na estação do Campo de Santana, o seu corpo, vestido com o seu mais modesto uniforme de marechal-de-exército, trazendo ao peito apenas duas das suas numerosas coondecoraçõoes, as únicas de bronze: a do Mérito Militar e a Geral da Campanha do Paraguai, tudo consoante suas derradeiras vontades expressas

Nenhum comentário: