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quinta-feira, outubro 04, 2007

a 4 de Outubro nasceu, FRANCISCO ASSIS CHATEAUBRIAND

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Assis Chateaubriand


Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (Umbuzeiro, 4 de outubro de 1892 — São Paulo, 4 de abril de 1968) foi um jornalista, empreendedor, mecenas e político brasileiro. Era mais conhecido por Assis Chateaubriand ou por Chatô.

Biografia
O paraibano Assis Chateaubriand criou e dirigiu a maior cadeia de imprensa do país, os Diários Associados: 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações de televisão, uma agência de notícias, uma revista semanal (O Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias revistas infantis e uma editora.



A estréia no jornalismo aconteceu aos quinze anos, na Gazeta do Norte. Dedicou-se então Chateaubriand ao jornalismo, escrevendo no "Jornal Pequeno" e no veterano "Diário de Pernambuco". No Diário de Pernambuco enfrentou uma situação inusitada: Teve que dormir na redação do jornal, e chegou a pegar em armas para se defender da multidão que se empoleirava na frente do jornal para protestar contra a vitória do candidato Rosa e Silva (proprietário do jornal). Em 1917, já no Rio de Janeiro, colaborou no "Correio da Manhã", em cujas páginas publicaria impressões da viagem à Europa, em 1920.

Em 1924 assumiu a direção de O Jornal - o denominado "órgão líder dos Diários Associados" - e já, no mesmo ano, consegue comprá-lo graças a recursos financeiros fornecidos por alguns "barões-do-café" liderados por Carlos Leôncio (Nhonho) Magalhães, e por Percival Farquhar que Chateubriand, alegadamente, teria recebido como honorários advocatícios. Substituiu artigos soníferos por reportagens instigantes e deu certo. A partir daí começou a constituir seu império jornalístico, ao qual foi agregando importantes jornais, como o Diário de Pernambuco, o jornal diário mais antigo da América Latina, e o Jornal do Comércio, o mais antigo do Rio de Janeiro. No ano seguinte, Chatô arrebatou o Diário da Noite, de São Paulo. Nessa altura, já tinha o jornal líder de mercado na maioria das capitais brasileiras.

A ascensão do império jornalístico de Assis Chateubriand deve ser entendida no quadro das transformações políticas do Brasil durante as décadas de 1920 e 1930, quando o consenso político oligárquico e fechado da República Velha, centrado em torno da elite agrária de São Paulo, começou a ser contestado por elites burguesas emergentes da periferia do país; não é uma coincidência que Chateaubriand tenha apoiado o movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, assim como durante toda sua vida tenha fanfarroneado a sua condição de provinciano que chegou ao centro do poder como uma espécie de bucaneiro político. A ética quase nunca constava da sua estratégia empresarial: chantageava as empresas que não anunciassem em seus veículos, publicava poesias de seus maiores anunciantes em seus diários e mentia descaradamente para agredir os inimigos. Farto de ver seu nome na lista de insultos, o industrial Francisco Matarazzo ameaçou "resolver a questão à moda napolitana: pé no peito e navalha na garganta”. Chateaubriand devolveu: "Responderei com métodos paraibanos, usando a peixeira para cortar mais embaixo”. Foi também inimigo declarado de Rui Barbosa e Rubem Braga. Apesar disso Chatô teve relação cordiais (e sempre movidas a interesses econômicos) com muitas pessoas influentes, o Conde Francisco Matarazzo, Rodrigues Alves, o presidente da poderoso truste canadense de utilidades públicas Light & Power Alexander Mackenzie, o empresário americano Percival Farquhar e Getúlio Vargas. Caracterizou-se aliás - muito embora fosse um representante típico da burguesia nacional emergente da época - pelas suas posturas pró-capital estrangeiro e pró-imperialismo, primeiro o britânico, depois o americano: além de muito ligado aos interesses da City londrina (sua escandalosa embaixada na Inglaterra, na década de 50, foi a realização de um velho sonho pessoal), conta a anedota que ele teria uma vez dito que o Brasil, perante os EUA, estava na condição de uma "mulata sestrosa" que tinha de aceder às vontades dos seu gigolô...

Não obstante sua amoralidade assumida, Assis foi um empresário genuíno, com espírito inquieto e empreendedor, sempre adquirindo novas tecnologias para os Diários Associados, foi assim com a máquina Multicolor, a mais moderna máquina rotativa que se tinha noticia, e cujo o grupo de Chateaubriand foi o 1º e único a possuir por longo tempo, e foi assim também com os serviços fotográficos da Wide World Photo, esses serviços possibilitavam uma transmissão de fotos do exterior com uma rapidez muito maior do que possuía qualquer outro veículo nacional. Foi assim também com a publicidade, grandes contratos de excluisvidade para lançamento de produtos com a General Eletrics, e para o Pó achocolatado Toddy, cujos anúncios estavam sempre nas paginas de seus jornais e revistas. Além disso, a moda dos anúncios em jornal pegou e nas paginas dos jornais dos Diários Associados apareciam anúncios sobre modess e cheque bancário, itens que na década de 1930 eram revolucionários.

Publicou mais de 11870 artigos assinados em seus jornais dando oportunidades a escritores e artistas desconhecidos que depois virariam grandes nomes da literatura, do jornalismo e da pintura, dentre eles Graça Aranha, Millôr Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Cândido Portinari, entre outros.

Com o tempo Chateaubriand foi dando menos importância a seus jornais e se focando em novas empreitadas, como o rádio e a televisão. Na década de 1960 os jornais atolavam-se em dívidas e trocavam as grandes reportagens por matérias pagas. Foi assim, com esse espírito de vencedor, empreendedor, às vezes sem muita ética, mais temido do que amado que Assis Chateaubriand fundou e ruiu em dividas (advindas das novas tecnologias importadas) com o maior império das telecomunicações no país. A sua única obra que ficou para a posteridade foi o Museu de Arte de São Paulo (MASP), com uma coleção privada de pinturas de grandes mestres europeus que ele havia sabido adquirir a preços de ocasião na Europa empobrecida do Pós-Segunda Guerra Mundial (em aquisições por vezes financiadas a base da chantagem de empresários brasileiros), coleção esta que o presidente Juscelino Kubitschek havia tido o bom senso de, durante seu governo, colocar sob a gestão de uma fundação, em troca de auxílio governamental ao pagamento de parte da astronômica dívida do condomínio associado.

Em 10 de agosto de 1967, Assis Chateaubriand entregou ao Magnífico Reitor da Fundação Universidade Regional do Nordeste (hoje UEPB), Prof. Edvaldo de Souza do Ó, o primeiro acervo do Museu Regional de Campina Grande, localizado em Campina Grande - PB. O acervo foi chamado de "Coleção Assis Chateaubriand, com 120 peças. A partir daí o museu passou a ser chamado de "Museu de Artes Assis Chateaubriand".

Em 1968 morria Chateaubriand, velado ao lado de duas pinturas dos grandes mestres: um cardeal de Velázquez e um nu de Renoir, simbolizando, segundo seu protegido, o arquiteto italiano e organizador do acervo do MASP Pietro Maria Bardi, as três coisas que mais amou na vida: O poder, a arte e a mulher pelada. Morreu também com seu império se esfacelando e com o surgimento do reinado de Roberto Marinho.

O Condomínio Acionário das Emissoras e Diários Associados é em seu conjunto o 6º maior grupo de comunicações do país. Tendo como carro chefe cinco jornais em grandes cidades do Brasil, líderes em suas respectivas praças (dos 15 que ainda restam).

Foi um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 40 e 50 em vários campos da sociedade brasileira. Foi dono de um império jornalístico – os Diários e Emissoras Associadas –, que começa a se formar no final dos anos 30 e chega a reunir mais de cem jornais, revistas, estações de rádio e de TV. Pioneiro na transmissão de televisão brasileira, cria a TV Tupi em 1950.

Durante o Estado Novo, consegue de Getúlio Vargas a promulgação de um decreto que lhe dá direito à guarda de uma filha, após a separação de sua mulher. Nesse episódio, profere uma frase célebre: “Se a lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei”. Em 1952 é eleito senador pela Paraíba e em 1955 pelo Maranhão, em duas eleições escandalosamente fraudulentas. É temido pelas campanhas jornalísticas que move, como a em defesa do capital estrangeiro e contra a criação da Petrobrás. Funda o Museu de Arte de São Paulo em 1947. Com o suicídio de Getúlio Vargas, assume a cadeira 37 da ABL- Academia Brasileira de Letras. Trabalha até o final da vida, mesmo depois de uma trombose ocorrida em 1960, que o deixa paralisado e capaz de comunicar-se apenas por balbucios e por uma máquina de escrever adaptada.

Deixou os Diários Associados para um grupo de 22 funcionários, atualmente liderados por Paulo Cabral de Araújo

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